Pablo Machín, treinador espanhol de 48 anos, atualmente sem clube mas com passagens por emblemas como, por esta ordem, Numancia, Girona, Sevilha, Espanhol, Alavés, Al Ain FC, Al Raed e Elche, é, muito provavelmente, a pessoa mais indicada para falar de José Ángel, não tivesse sido ele quem, na temporada passada, então ao serviço do Elche, indicou a contratação, por empréstimo, do provável reforço leonino. E na carreira de Pablo Machín há ainda outra curiosidade que se cruza… com o Sporting, pois foi ele quem, então ao serviço do Girona, proporcionou a Pedro Porro a estreia na primeira liga espanhola. Mas vamos por partes, começando por José Ángel. «Trata-se de um jogador com muito potencial, muito jovem, que cumpriu o primeiro ano na principal liga espanhola, numa grande equipa, como o Sevilha, depois no Elche», diz o treinador, destacando o que a sua equipa ganhou com a chegada do jogador: «Deu-me maior polivalência na defesa, pois pode jogar como central do lado direito, como lateral e como carrilero (ala), numa defesa a três. Para mim até será a posição de carrilero (ala) a mais indicada para ele.» Pablo Machín revela ainda as características que o cativaram no jogador. «É rápido, reage muito bem em qualquer situação defensiva. É um jogador mais defensivo, mas no Elche exigia-lhe que chegasse acima de forma a poder cruzar», diz. O treinador espanhol acredita que, a concretizar-se a transferência, a Alvalade chegará um jogador muito interessante. «É muito determinado e se estiver confiante… É também um jogador que tenta o golo, se tiver espaço para isso. Tem muita velocidade, dá profundidade a uma equipa», diz ainda. CUIDADO COM AS COMPARAÇÕES É aqui que entra Pedro Porro na conversa, até porque o jogador deixou marca em Alvalade e todos esperam que possa chegar algum futebolista capaz de fazê-lo esquecer. Pablo Machín pede calma. «Neste momento é difícil, o Pedro Porro está a um nível muito mais alto e só isso explica a transferência para o Tottenham pelos valores que estiveram envolvidos», realça. «São dois jogadores jovens, com uma condição física muito boa, uma boa mentalidade, ambos trabalhadores. O Carmona (José Ángel), com sorte e sem lesões, também será uma opção muito válida no Sporting, mas é bom não lhe colocarem a pressão das comparações. Tem um ano de primeira divisão, é jovem, há que dar tempo ao tempo», prossegue. Dentro das quatro linhas há, também, algumas diferenças na forma de atuar. «O Porro também era carrilero, mas muito mais ofensivo que o Carmona. Isso tem a ver com a sua formação. O Porro era extremo nas camadas jovens. Mas aprendeu a defender. Com o Carmona é ao contrário. Defende melhor que o Porro, mas exigíamos muito dele a atacar e cresceu bastante», explica. Também o comportamento de José Ángel fora do campo justifica o elogio de Pablo Machín. «Ele é impetuoso dentro do campo, mete sempre o pé, não vira a cara à luta, mas fora do campo é um rapaz muito tranquilo, com bom ambiente familiar, um jovem que gosta de aprender, sabe ouvir o que lhe dizem, e está muito focado na sua carreira», afirma o treinador espanhol, que não antevê muitas dificuldades na adaptação do jogador ao futebol português caso se confirme a sua contratação.
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