Quais as razões que o levaram a decidir ser candidato a presidente do Conselho de Arbitragem?Decidimos avançar por conseguirmos juntar pessoas que, ao longo das suas carreiras, adquiriram uma série de conhecimentos e de competências, formando uma equipa que transmite competência, experiência e credibilidade a um setor tão importante para o futebol como é o da arbitragem. Quando nos foi feito o convite, foi-nos dado um dos pressupostos mais importantes que nós poderíamos ter, que era a total autonomia, a total liberdade e a total independência para trabalharmos o setor. Ou seja, aos árbitros o que é dos árbitros. Apenas uma equipa que possa oferecer credibilidade, competência e experiência pode prestigiar não só a arbitragem, mas o futebol. Foi-nos garantido isso. A equipa, o pressuposto com que a equipa é construída e a paixão, o entusiasmo e a alegria de podermos acrescentar valor a este setor, fez com que a decisão se tornasse fácil. E, cá estamos, de uma forma serena, positiva, elevada e confiante, a apresentar as nossas ideias e tentar mostrar às pessoas, e às instituições, que a nossa equipa oferecerá, garantidamente, as melhores condições para os próximos anos, naquilo que são os destinos da arbitragem. Quem é que faz parte dessa equipa que vai a votos no dia 14 de fevereiro e que tem o Jorge Sousa como candidato a presidente?Começando pela secção profissional, temos o Bertino Miranda, que é um salto normal. Já faz parte desta seção do Conselho de Arbitragem há oito anos, e com a saída do João Ferreira para uma outra secção, o Bertino Miranda seria uma transição natural, juntamente com o Ricardo Duarte e com um novo elemento, o Carlos Xistra. Após deixar de ser árbitro, no mesmo ano que eu, em 2020, o Carlos Xistra quis descansar. Quis fazer um período sabático, porque a carreira de árbitro, acredite-me, é mesmo muito difícil e desgastante. Ele quis aproveitar para descansar e dar prioridade a outras coisas da vida. Agora fazia todo sentido que ele se juntasse, e regressasse novamente, porque estamos a falar de um valor, com um know-how completamente ímpar na arbitragem. Por isso estará na estrutura profissional. Depois, quando olhamos para aquilo que é a secção não-profissional queremos acrescentar um bocadinho do que é a sensibilidade do jogo. Ao nível dessa sensibilidade, entendemos que há um caminho a percorrer e nada melhor do que o Olegário Benquerença, pela experiência que tem, pela carreira que tem e pela capacidade ímpar para lidar com pessoas. Ele consegue fazer tudo isso a árbitros que estão na rampa de lançamento para chegar às competições profissionais. Temos também alguém que fará a ponte entre quem sai dos distritais e chega às competições nacionais, que é o Jorge Brito, alguém unânime pelo trabalho feito no terreno. O crescimento e evolução, do ponto de vista qualitativo, de Viana do Castelo é notório e por isso trazemo-lo para o nível nacional. No futebol feminino temos a Ana Brites, que já está dentro da estrutura e conhece perfeitamente a realidade, sendo uma transição natural. E depois para a pasta do futsal, temos o Ricardo Eufrásio, que está há muitos anos ligado ao setor e conhece-o profundamente. O João Ferreira sai da secção profissional e vai para a secção de classificações. Neste momento o João Ferreira é observador internacional, de reconhecido mérito a nível da UEFA. Nada como pegar nele e transportá-lo para a área da observação, das classificações e dos observadores, e aproveitar todo o seu conhecimento. Nessa seção teremos a permanência do Pedro Portugal, que fez um trabalho notável nos últimos anos, até mesmo a nível regulamentar, e o Dâmaso Teixeira, que é observador atualmente e está dentro dessa área. Temos, até, alguém que vem das ilhas, algo que não é normal, juntando competência e descentralização. Em que momento é que o Jorge Sousa decidiu avançar como candidato a presidente do Conselho de Arbitragem?Eu recebo o convite através de um contato do doutor Nuno Lobo, que me transmitiu que ia concorrer às eleições da Federação Pública de Futebol e que queria constituir o Conselho de Arbitragem, ao qual queria dar total autonomia, total liberdade de escolha e que não teria a mínima interferência naquilo que seria a sua constituição, as suas ideias e a sua visão. Ele próprio criou esse pressuposto de termos total capacidade e liberdade de fazer o nosso trabalho, apenas queria que fosse uma equipa para prestigiar o setor e o futebol.