5 novembro 2023, 18:08
Maxi Pereira: «Não renovei pelo Benfica porque percebi que existiam outros interesses»
Antigo defesa uruguaio comentou a saída, em 2015, da Luz para o FC Porto
Avançado português não se cansou de celebrar diante do Atlético de Madrid e fez recordar outros jogadores que, ao enfrentaram uma equipa que já tinham representado, não hesitaram em correr, saltar, gritar ou beijar o símbolo do novo clube
Mais do que a exibição inspirada de João Félix contra o Atlético de Madrid, o avançado deu que falar pela celebração que fez, após marcar à equipa que despendeu 126 milhões de euros pela sua contratação em 2019. Correu, pôs-se em cima do placar publicitário e abriu os braços para receber a louvação dos adeptos blaugrana. Cerrou depois os punhos e ainda mandou um beijo na direção dos adeptos colchoneros.
O português foi mais um exemplo de um jogador que não hesitou em celebrar um golo contra uma antiga equipa sua. Desde Portugal até Inglaterra e Itália, são vários aqueles que deixaram o passado para trás e não se importaram de festejarem contra um emblema que outrora foi seu, esfregando sal em feridas que, em várias ocasiões, ainda não haviam sarado.
Criado para o futebol no Sporting, Simão Sabrosa estreou-se aos 17 anos, marcou no seu primeiro jogo e rapidamente foi acarinhado pelos adeptos dos leões, que o viram sair para o Barcelona por um então valor recorde para uma venda do clube - 14 milhões de euros. A aventura catalã não foi feliz e em 2001 regressou ao futebol português pela porta do Benfica, que apresentou maior fulgor financeiro do que o Sporting. Assim começou um casamento muito frutuoso entre as águias e o extremo, que o fizeram persona non grata no outro lado da 2.ª Circular lisboeta.
Simão fez 13 jogos contra a sua primeira casa no futebol sénior, marcou cinco golos, sendo um dos mais memoráveis um remate de fora da área nos oitavos de final da Taça de Portugal de 2004/05. Sabrosa foi imediatamente engolido pelos colegas de equipa, até porque esse golo fez o 3-3 final, já aos 118 minutos, enviou o jogo para as grandes penalidades, onde o Benfica venceu.
Durante oito anos, Robin van Persie fez as delícias dos adeptos do Arsenal, marcando 133 golos e chegando a capitão dos gunners, tornou-se num ídolo do emblema londrino. No entanto, só ganhou uma Taça de Inglaterra e com o desejo de conquistar a Premier League a crescer com cada ano que passava, em 2012, van Persie anunciou que não iria continuar com o Arsenal. O Man. United estava a chamar.
«Ouvi o pequeno rapaz dentro de mim, ele estava a gritar pelo Man. United», contou mais tarde, citado pelo Daily Mirror.
Mudou-se então para os red devils e foi feliz logo na primeira época, a última de Sir Alex Ferguson, ao ajudar a equipa a ganhar a sua última Premier League até hoje, com 28 golos marcados – dois deles ao Arsenal. Na época seguinte, repetiu o feito e a forma como celebrou mostrou, para a tristeza dos fãs do Arsenal, que van Persie era mais feliz do que nunca na sua nova casa.
Chegado ao Benfica em 2007, Maxi Pereira tornou-se no segundo estrangeiro com mais jogos de sempre pelo clube (333, apenas atrás de Luisão) e ganhou tudo o que havia por ganhar em Portugal. Mas após um desentendimento com a direção encarnada, o lateral uruguaio mudou de ares e chegou ao FC Porto em 2015.
5 novembro 2023, 18:08
Antigo defesa uruguaio comentou a saída, em 2015, da Luz para o FC Porto
Rapidamente se tornou numa figura importante nos dragões e, na sua segunda época, num Estádio da Luz em que tantas vezes celebrou, fê-lo pela primeira vez com uma camisola azul e branca ao marcar o único golo do FC Porto num empate com o Benfica (1-1). Para além de castigar a sua antiga equipa, levou a mão ao ouvido, com vontade de ouvir os assobios dos adeptos que muitas vezes o haviam exultado.
As três temporadas de Emmanuel Adebayor no Arsenal foram repletas de altos e baixos, com destaque para a época 2007/08, quando fez 30 golos, atraindo assim a atenção de alguns tubarões do futebol europeu, o que o levou a dizer, citado pelo The Guardian: «Sonhava em jogar pelo Arsenal, mas agora tenho a hipótese de jogar em alguns dos maiores clubes do mundo.» Os adeptos dos gunners não gostaram deste comentário e, após uma temporada em que não deixou saudades, o avançado mudou-se para o Man. City.
O primeiro jogo de Adebayor frente à sua antiga equipa foi na casa do City, ele marcou de cabeça e não hesitou – com uma velocidade estonteante, correu o comprimento de todo o campo para poder deslizar e posar perante os adeptos do Arsenal, que estavam completamente possessos, atirando garrafas e moedas na direção do jogador.
Adebayor disse que os seus antigos fãs haviam insultado a sua família e acabou por pedir desculpa pelo festejo, mas este, para o bem ou para o mal, tornou-se numa imagem marcante da história da Premier League.
Foram 13 épocas de Leonardo Bonucci a representar a Juventus – 502 jogos pela vecchia signora, o quinto registo mais alto da história do clube – e dezenas de troféus partilhados. Mas, estranhamente, essa união foi interrompia numa época (2017/18), quando central assinou pelo AC Milan.
E quis o destino que, na primeira vez em que enfrentou a Juventus pelos rossonerri, Bonucci marcasse de cabeça e não hesitasse em deslizar pelo relvado, sem compaixão pelos sentimentos dos adeptos da Juventus. No entanto, tudo foi perdoado e o defesa voltou no final dessa época aos bianconeri, onde ficou até 2023.
Formado no Everton, Wayne Rooney deu-se a conhecer ao mundo do futebol com 18 anos, quando despontou nos seniores dos toffees. As suas exibições chamaram a atenção do Man. United, clube que o contratou em 2004 e onde faria 559 jogos, ganharia tudo o que havia para ganhar e se tornou numa lenda moderna dos red devils.
Os adeptos do Everton viram o “seu” miúdo a ser felicíssimo noutro lado, sem trazer nada em retorno para o clube de Liverpool. E o pior de tudo foram as cinco vezes em que Rooney marcou ao Everton, tendo numa delas, em 2007, celebrado em Goodison Park ao saltar perante os adeptos irados da casa e beijar o símbolo do Man. United, o emblema onde sempre foi mais Feliz.