Seleção «Já conheci alguns jogadores, há um grande amor pela Seleção, o compromisso é total» (vídeo)

A primeira entrevista do selecionador nacional Roberto Martínez foi conduzida de forma especial: pelos portugueses. O novo selecionador respondeu a perguntas enviadas por adeptos de todas as idades, como temas tão diversos como a culinária, o futebol, como prefere ser chamado, ou até uma profissão alternativa.

Os anos que passou a trabalhar em Inglaterra deram-lhe um carinho pelo termo ‘boss’, mas gosta de usar em trabalho ’mister’. O espanhol desenvolveu um pouco as razões que o levaram a aceitar o convite para suceder a Fernando Santos:

«Penso que é claro: a grande reputação que a Seleção tem a nível Mundial, com jogadores muito competitivos. Quando orientava a Bélgica joguei contra Portugal por duas vezes (um particular em Bruxelas e outro no Euro-2020 em Sevilha) e vi realmente o grupo de futebolistas que Portugal tem. Depois, foi conhecer a estrutura, que é muito importante; o profissionalismo, conhecer o Presidente. Era um projeto impossível de recusar.»

Depois um desafio bem direto:  prefere ganhar por 1-0 ou 5-4? «A pergunta fala para o meu estilo de jogo e a minha forma de entender o futebol. Gosto de ter uma equipa de ataque e que marque golos para ganhar. Jogar bem sem ganhar não existe. Portanto, é claro. Prefiro ganhar 5-4 do que 1-0», disse.

O selecionador está prestes a estrear-se na qualificação para o Euro-2024, frente a Liechtenstein e Luxemburgo, a 23 e 26 de março. «Os tempos recentes apresentaram uma situação inédita no futebol internacional, porque nunca tínhamos tido uma grande competição no inverno [Mundial do Catar] por isso houve algumas mudanças, nomeadamente a qualificação para um Euro quando a temporada continua, mas espero o mesmo: não há margem de erro e nenhuma equipa nos vai facilitar o trabalho, teremos de estar muito preparados. Tenho a experiência de 28 jogos em fases de qualificação.»

Martínez falou ainda sobre o maior objetivo como selecionador: «O objetivo tem de ser sempre a longo prazo e saber como chegar. Temos como perspetiva o Mundial 2026 e até lá tempo para crescermos juntos. Mas começa tudo com os jogos de qualificação para o Europeu, por isso os jogos de março são muito importantes para isso. Já tive a oportunidade de conhecer alguns jogadores, há um grande amor por jogar pela Seleção, o compromisso é total. É a forma perfeita de começar a fazer um grupo que possa dar esperanças a todos ao adeptos.»

Para o espanhol, um bom jogador de Seleção deve ter acima de tudo a «habilidade de jogar sob pressão». «Todos os jogadores têm qualidades relevantes, mas a nível internacional não há margem de erro, por isso poder aproveitar essa pressão, aproveitar a intensidade de um jogo internacional é o que faz um jogador de Seleção. E parece-me que o jogador português tem essa habilidade – está feito para ser competitivo, para estar em grandes competições, temos muitas boas opções, mais de 50 jogadores nas cinco grandes ligas do Mundo e isso torna-nos muito competitivos.»

Ficaram também elogios à Seleção feminina: «É a primeira qualificação para o Mundial feminino, é histórico e especial. O Francisco Neto está a fazer um grande trabalho, conhece bem as jogadoras e a mentalidade é boa, competitiva. Querem fazer história.»

Veja o vídeo: