Sente-se um pouco por todo o lado a presença portuguesa em Toulouse, com apelidos portugueses nas fachadas de padarias e pastelarias, restaurantes e outros negócios, sinónimo de que a vida que procuraram vingou. Sente-se, igualmente, que há carinho, muito, para dar. Se para os franceses Toulouse é a capital do râguebi na Europa, para os portugueses a visita do Benfica é a capital da importância. Ontem, foi com alguma desilusão que dezenas de emigrantes acabaram por ver adiada a possibilidade de mostrarem o seu carinho pela equipa. Várias famílias e grupos de amigos, até mesmo um enfermeiro que viajou de Chaves e trabalha em Londres, foram ao aeroporto de Toulouse para verem jogadores, treinador, presidente e não só. «O Rui Costa vai com eles no autocarro? E o Luisão? Também vai?» Fomos respondendo afirmativamente, fomos procurando ajudar, mas também nós fomos apanhados de surpresa. O aeroporto não é muito grande, mas as estruturas em redor são muitas, ou não fosse Toulouse a sede mundial da Airbus, e o Benfica abandonou rapidamente as instalações, sem ser visto. Havia pressa, havia a necessidade de chegar ao hotel e ver preservada a privacidade e o momento difícil dos jogadores. Os emigrantes ficaram tristes, mas não ficaram magoados. Prometeram ali mesmo, só com o autocarro que iria transportar os convidados e alguns dirigentes à mão, que hoje estariam no estádio ou fora dele, onde pudessem ver os craques. Serão pelo menos 2000 benfiquistas, provavelmente mais a confirmar-se que alguns conseguiram lugares que pertenceriam aos adeptos do Toulouse. José da Silva, português que preside à área não profissional do clube, lamenta que o estádio seja curto para tanta procura.
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