O presidente da FIFA, Gianni Infantino, voltou a pedir às emissoras europeias que comprem os direitos do Mundial feminino, que vai desenrolar-se de 20 de julho a 20 de agosto na Nova Zelândia e na Austrália – com a participação de Portugal pela primeira vez -, pagando um preço justo. De acordo com Infantino, as propostas que têm chegado, numa altura em que já houve vendas para Estados Unidos e Brasil, são muito insatisfatórias, pelo que o presidente da FIFA ameaçou até deixar os big-5 da Europa sem Mundial. «Para ser claro: consideramos que é uma obrigação moral e jurídica não vender os direitos abaixo do seu valor. As ofertas das emissoras, principalmente dos países europeus 'Big-5', ainda são muito dececionantes e simplesmente inaceitáveis», disse. «Cem por cento dessas receitas serão diretamente reinvestidas no futebol feminino no âmbito do nosso esforço de promoção da igualdade de condições e remuneração. Depois, os canais públicos, em particular, têm o dever de promover e investir no desporto feminino. A audiência de um Mundial feminino corresponde a 50 a 60% de um Mundial masculino, mas as ofertas das emissoras nos 'Big 5' são 20 a 100 vezes menos - enquanto os canais pagam 100 a 200 milhões de euros pelo Mundial masculino, oferecem apenas 10 milhões pelo feminino. É uma chapada na cara para todas as grandes jogadoras e, na verdade, para todas as mulheres do mundo», atacou ainda, deixando um ultimato: «Portanto, se as ofertas continuarem a ser injustas seremos obrigados a não transmitir o Mundial nos 'Big 5' europeus. Convido todos os jogadores, mulheres e homens, adeptos, dirigentes, presidentes e jornalistas de todo o mundo a apoiarem este apelo por uma remuneração justa do futebol feminino.» A diferença horária para a Nova Zelândia e Austrália, que levará os jogos para serem transmitidos de madrugada, foi desvalorizada: «Bem sei que os jogos não serão em horário nobre, mas ainda assim, com alguns às 9 ou 10 horas, já será bastante razoável.» A seleção portuguesa vai estrear-se em Mundiais e começará por defrontar os Países Baixos (23 de julho), depois o Vietname (27) e, no último jogo do grupo E, os Estados Unidos (01 de agosto).
