José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), organizadora do fórum que decorreu em Viana do Castelo, não tem dúvida de que «a classe continua unida e forte». Com cerca de 400 profissionais a trabalhar no estrangeiro, José Pereira não poderia questionar a opção da Federação por um selecionador estrangeiro, mas o mesmo já não diz da atual regulamentação e, sobretudo, do seu incumprimento. Sobre a mais recente polémica com o processo disciplinar aberto a Danildo Accioly, técnico do Santa Clara, não possuidor das credenciais impostas pela lei, o líder da associação de treinadores garante que o órgão «apenas faz a defesa da legislação» e que «todas situações de incumprimento detetadas têm sido reportadas às autoridades no sentido de ajudar a que os regulamentos sejam cumpridos». Sem conseguir convencer Pedro Proença da necessidade de um novo comportamento por parte dos empregadores, José Pereira reconhece, no entanto, esbarrar nas «habilidades criadas pelos clubes», com as quais, confessa, o próprio presidente da Liga Portugal «está em desacordo». Como alterar tal cenário? «Há grande impotência por parte da Liga, pois os clubes é que votam nas assembleias...», diz. No que toca a dívidas a profissionais, José Pereira indica que os maiores problemas são os regimes PER, de recuperação das empresas, que impedem os treinadores de receber aquilo a que têm direito.