O Sporting investiu forte no ataque, como nunca tinha investido. Viktor Gyokeres foi o avançado eleito pelos responsáveis leoninos para fazer a diferença no ataque e minorar o problema de eficácia da equipa, visível em muitos jogos na temporada anterior. Foram, para já, 20 milhões de euros pagos ao Coventry (que podem ascender a 24 mediante o concretizar de objetivos coletivos e individuais) para resgatar o passe do goleador, internacional sueco, que esta temporada irá rivalizar com Pedro Gonçalves, crónico homem-golo do Sporting. Com efeito, falar-se de golos nestas últimas três temporadas é falar-se obrigatoriamente de Pedro Gonçalves. Foi o melhor marcador do Sporting e Bola de Prata da Liga em ano de conquista do Campeonato Nacional (2020/2021); foi o jogador que esteve ligado a mais golos (juntando nesta equação as assistências para os seus companheiros) em 2021/2022, época em que o internacional espanhol Pablo Sarabia conquistou o estatuto de goleador sportinguista, apontando 21 golos em todas as competições; voltou a ser o melhor marcador dos leões na época passada (20 remates certeiros), além de uma quinzena de assistências para os companheiros. Balançar as redes Essa capacidade goleadora que Pedro Gonçalves tem ostentado nas últimas três temporadas está em perigo com a chegada de Viktor Gyokeres, também ele um jogador capaz de fazer a diferença em frente à baliza adversária e com capacidade para assistir os seus companheiros. Na época passada, no Championship, Viktor Gyokeres não foi o melhor marcador da competição. Esse estatuto foi conquistado por Chuba Akpom, do Middlesbrough, com 28 golos. Mas se aos 21 golos do sueco juntarmos as dez assistências, então Gyokeres foi o avançado mais influente do Championship em todas as provas, levando o seu Coventry a lutar pela promoção à Premier League. Por isso, a dupla Viktor Gyokeres e Pedro Gonçalves promete balançar as redes adversárias na próxima temporada, aumentando o poder de fogo de um leão ferido que quer voltar a estar nas grandes decisões a nível interno e confirmar o crescimento europeu. É verdade que o sueco terá ainda de se adaptar à ideia de jogo de Rúben Amorim, perceber quais os movimentos na área e fora dela que o treinador pretende que faça, conhecer os seus novos companheiros de ataque, mas depois de concluído este normal processo é de esperar que possa colocar ao serviço da equipa o tal instinto felino que os responsáveis sportinguistas lhe reconhecem. E que obrigaram o Sporting a montar uma estratégia nas longas e duras negociações com o Coventry para trazer aquele que há muito tinha sido eleito como o alvo prioritário para o ataque. Será, pois, uma rivalidade sã no seio do grupo (como qualquer treinador pretende para cada posição), com benefícios diretos para a equipa sportinguista, sendo que no plantel há ainda outros jogadores que há muito demonstraram que têm forte ligação com o golo (ver caixa em anexo) e que prometem melhorar ainda mais esta época os seus níveis de eficácia.