ENTREVISTA A BOLA «Guitta é o melhor e Benedito o meu ídolo de sempre»
Bernardo Paçó, considera que o guarda-redes brasileiro é insubstituível e revela que o português é seu conselheiro
- A herança na baliza do Sporting é pesada. João Benedito, Cristiano, André Sousa, Marcão e Guitta, cuja saída lhe abriu as portas para somar mais minutos.
- Sim, estreei-me com 17 anos na equipa principal, mas a saída do Guitta deu-me a oportunidade de aparecer mais do que aquilo que tinha aparecido até ao momento. Não gosto de dizer que vamos substituir alguém, porque cada um faz o seu caminho e substituir o Guitta duvido que alguém o consiga, foi alguém que marcou muito o Sporting, marcou muito o futsal. Para mim, é de longe o melhor guarda-redes de sempre que vi a jogar, acho que tem um dom que dificilmente vai aparecer alguém igual.
Tenho textos em que escrevi para mim mesmo que um dia queria defender as redes do Sporting como o João. É alguém por quem tenho em muita consideração, com quem me relaciono muitas vezes
- Então quem é o seu ídolo?
- O meu ídolo desde sempre é João Benedito. Tenho textos em que escrevi para mim mesmo que um dia queria defender as redes do Sporting como o João. É alguém por quem tenho em muita consideração, com quem me relaciono muitas vezes. Se ele me aconselha? Sim, fala muito sobre o que é que eu devia fazer, pergunta-me sempre como é que me sinto, passo algum tempo a falar com ele. Mas o Guitta foi alguém que revolucionou também o meu ver do que é ser guarda-redes no futsal de hoje em dia e que me ajudou a evoluir. A substituição dele não foi fácil, apareceu o Henrique [Rafagnin] e acabou por ser um pouco injusto para ele, as comparações que se faziam e ele foi criticado muitas vezes. Cada um faz a diferença, mas nem eu, nem o Henrique, nem o Gonçalo [Portugal] vamos ser como o Guitta.
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- E você sempre quis ser guarda-redes?
- É uma história engraçada. Nos momentos em que ia para a rua jogar à bola nunca joguei à baliza, nunca. Talvez tenha sido pela competitividade que tenho com o meu irmão [o gémeo Tomás Paçó, que também joga no Sporting], algo que aumentou a minha qualidade do jogo de pés, porque eu e o meu irmão sempre fomos muito competitivos, então tentávamos sempre ganhar um ao outro e eu queria sempre jogar à frente, porque queria ser melhor que o meu irmão [risos]. Estávamos sempre nessa picardia e comecei a jogar à frente, mas já tinha aquele bichinho por guarda-redes, tanto pelo Ricardo do futebol, tanto pelo Benedito do futsal. Uma vez estávamos num treino no GROB [Grupo Desportivo Olival de Basto] e perguntaram quem é que é ia a guarda-redes, meti a mão no ar e fiquei.