Lazlo Boloni, treinador campeão pelo Sporting em 2001/2002, completa hoje 70 anos e foi convidado pelo jornal romeno Gazeta Sporturilor a revisitar a carreira de sucesso, principalmente como jogador, mas também na condição de técnico. O maior êxito do romeno, segundo o próprio, foi alguém do antigo bloco de Leste conseguir singrar no ocidente. «O meu maior sucesso no futebol como treinador, na minha opinião, continua a ser o facto de ter conseguido infiltrar-me no futebol ocidental e ficar lá muitos anos, quase 30. Se confiaram em mim, significa que consegui provar certas coisas. Isso supera o valor dos troféus», começou por dizer. Boloni ganhou dez provas na condição de treinador mas as que mais retém na memória são as que conseguiu ao serviço do clube de Alvalade, onde esteve em 2001/2002 e 2002/2002. «Claro, os troféus são mais visíveis. E aqui tenho de falar do Sporting. Porque ganhámos o campeonato, mas também a Taça de Portugal e a Supertaça [Cândido de Oliveira]. Grandes vitórias, também, foram Hugo Viana, Quaresma, Cristiano Ronaldo. Portanto, foi uma série de sucessos com jogadores já com estatuto e outros menos conhecidos. Acho que esses troféus são os mais apreciados por mim», reconheceu. Quando decidiu aceitar o convite que a SAD leonina, então liderada por Miguel Ribeiro Teles, lhe endereçou, Boloni estava ao serviço da seleção romena, projeto que abandonou para ingressar no Sporting. Fê-lo em 2001 e voltaria a fazê-lo. «Sairia de novo da federação romena, porque sei de todos os boatos que saíram e ainda saem hoje sobre esse assunto. Propus-me ser o treinador do Sporting e da seleção da Roménia. Falei com o presidente do clube, que aceitava esse cenário de liderar a seleção nacional para os dois jogos do play-off, porque, de qualquer maneira, os campeonatos estavam parados naquele período. Mas o presidente da Federação Romena, Mircea Sandu, não aceitou», relembrou. O hoje treinador do Metz, que está a lutar pela promoção à Ligue 1 francesa, tinha o sonho de liderar a Roménia num Campeonato do Mundo, mas nunca recebeu um convite com essa perspetiva. «Quando tomei a decisão, houve outros problemas. Claro que havia a vontade de voltar ao grande futebol, no Sporting. Mas gostaria que a Federação me oferecesse um contrato que não terminasse depois do Mundial. Estava constantemente com medo de estar fora do futebol. Não me imaginava sentado em casa à espera que o telefone tocasse e alguém me chamasse para treinar. Sempre me preocupei em como dar o próximo passo. E este próximo passo não queria vir da Federação Romena. Ele veio do Sporting. Aceitei e foi uma boa decisão», concluiu.