Golos falhados, sofrimento e jantar descansadinho: tudo o que disse Amorim

Golos falhados, sofrimento e jantar descansadinho: tudo o que disse Amorim

NACIONAL03.03.202421:30

Treinador leonino abordou vários assuntos na sala de Imprensa, mas deixou Roger Schmidt sem resposta

- Hoje voltou a ser um daqueles jogos em que o Sporting podia ter marcado mais golos. O que tira de melhor deste encontro? A forma como a equipa geriu a fadiga ou como reagiu ao segundo golo do Farense?

- Gostei de tudo, a eficácia ou ineficácia, o jogo devia ter ficado resolvido na primeira parte porque tivemos muitas oportunidades e não marcamos. O Farense foi lá uma vez e fez um golo. Tem uma oportunidade que depois dá canto e golo, mas depois as grandes oportunidades foram nossas. Estávamos a jogar contra um Farense que sabíamos que bate forte a bola na frente, aliás, das cinco ligas mais importantes é a que bate a bola mais na frente. Controlámos bem, com lançamentos longos para a área, é uma vitória completamente justa, que podia ter estado resolvida mais cedo e depois complicámos.

- Nos últimos quatro jogos os sportinguistas precisaram de nervos de aço...

- Os jogos estão sempre difíceis, nunca sinto que a equipa merece sofrer um golo, são golos quando temos o domínio completo, não temos muito tempo para treinar e, nesse aspecto, não seria na defesa, mas sim no ataque. Fomos superiores, merecemos a vitória, podia era ser sem este sofrimento.

- Tinha alertado para as dificuldades do Farense no jogo da primeira volta, mesmo sem Mattheus Oliveira, estava difícil. Agora já pode ir jantar descansadinho?

- [Risos] Parecia fácil, depois de entrarmos com uma grande dinâmica, mas as coisas acontecem em poucas oportunidades, um grande remate do jogador do Farense. Perdemos uma bola a sair a jogar, houve um pontapé de baliza... Enfim, quero realçar o trabalho deles, hoje não lhes dou bater, deram o máximo e vou desejar-lhes um bom jantar [risos].

- St. Juste regressou à titularidade, que comentário lhe merece a exibição do central?

- Ele ainda não está no máximo, com tanto tempo parado, mas voltou muito bem, como não é um jogador pesado esteve ágil e está pronto a jogar, demonstrou isto, depois temos o limite de tempo em que temos de ter cuidado com ele. Na primeira parte estivemos homem a homem e esteve muito bem. O Campeonato está em aberto, todas as equipas ainda vão perder pontos e esta sequência de jogos vão ter muita influência. Fizemos uma boa exibição, de Faro para aqui a nossa exibição de hoje não teve nada a ver, em Faro estávamos a ganhar 2-0 com mais um…

- Como está o Franco Israel depois daquele lance a fechar a primeira parte e como classifica a sua atuação? As substituições de Hjulmand e Pedro Gonçalves estavam previstas?

- O Morten estava cansado, notava-se, o Pote não dava mais... marcou o golo e disse que dá mais [risos]. Saíram porque já não tinham rendimento e precisávamos de gente fresca. Franco foi só o susto, tem a cara marcada dos pítons, mas está tranquilo e pronto para o próximo jogo. Não consigo dizer muito dos golos sofridos, jogou bem com os pés, principalmente na primeira parte, sempre bem adiantado e ativo à espera de alguma segunda bola. Foi uma exibição competente de um guarda-redes que futuro.

- O treinador do Benfica voltou a falar do lance em que foi anulado golo contra o Sporting. O que diz?

- Não vou comentar isso, o jogo com o Benfica é só daqui a um mês, teremos tempo depois para falar.

- Festejou efusivamente após o apito final. Qual foi o sentimento?

- O efusivo é porque que os nosso jogadores estavam a sofrer e os nossos adeptos a sofrer juntos, estamos todos juntos no sofrimento. Sei que às vezes sou mais metido para dentro, mas sentia que hoje era muito importante e estes pontos podem fazer a diferença, com o cansoço e tantos golos falhados senti que era um momento importante da época.

- Daniel Bragança acrescentou muito ofensivamente, é a época mais produtiva, mas tem dupla de peso pela frente na luta pela titularidade.

- O reflexo e o facto de a dupla mais utilizada estão tão bem é porque têm jogadores atrás que também estão bem, se queremos estar em todas as competições temos de ter jogadores com esse rendimento. O Dani melhorou muito, aproveitou o seu azar para trabalhar coisas que não tinha, como o poder físico, depois é muito trabalhador. Joga como uma espécie de 8 e depois passa para 10, melhorou e percebemos melhor o que nos pode dar. Foi capitão, fez um golo e é um jogador muito importante para nós.

- Houve algum descontrolo emocional da primeira para a segunda parte? No lance em que Franco Israel ficou no chão viu-se Adán a saltar na bancada.

- Quem tinha de saltar era o Pinto e ficou sentado [risos], mas o Franco está bem. O Adán quer muito voltar e sofre muito com a equipa, são coisas que as pessoas não sabem, mas a influência que ele tem não é só na baliza, mas também fora dela. Não é descontrolo emocional, errámos, num pontapé de baliza não podemos sofrer um golo, aconteceu, mas não pode acontecer, não podemos falhar tantos golos porque nos podem vier a fazer falta.

- O Edwards jogou mais recuado quando o Farense apresentava uma linha de seis, foram indicações suas?

- Trabalhámos de acordo com aquilo que achamos que vai acontecer e eles têm de saber ler os posicionamentos do adversário, tudo isso está a pensado e o Marcus sabe a nossa forma de jogar e é mais mérito dele do que do treinador.