Goleador planetário. A lista é extensa. Um monstro, besta, máquina, animal competitivo, enfim, muitos foram os termos atribuídos ao desempenho desportivo de Gyokeres nos últimos meses. Um mediatismo que ultrapassou fronteiras e chegou a todos os cantos do planeta. A famosa máscara do sueco tornou-se viral assim como os seus golos. Muitos. Em qualquer competição diante de qualquer adversário. Às exibições aliam-se os números. Assombrosos. Ao nível de astros como Messi, Cristiano Ronaldo e Lewandowski. E apenas referimos estes três porque foram mesmo os únicos, neste século, que conseguiram marcar mais do que o sueco num ano civil (ver quadro em baixo). 58 golos em 54 partidas. Quando faltam ainda oito jogos para fechar 2024 é possível que Gyokeres, imagine-se, possa alcançar o melhor ano de Cristiano Ronaldo, em 2013, quando este acabou com 63 golos. Um registo impressionante para o qual muito contribuiram os números desta época com 32 golos em 24 jogos. Esta cadência de exibições — a última das quais ao serviço da seleção sueca, com o segundo póquer da temporada, no 6-0 ao Azerbaijão de Fernando Santos — leva, porém, a uma apreensão, quase fantasma, que nos últimos dias já não pairava em Alvalade: uma saída no mercado de janeiro. Frederico Varandas, de resto, numa entrevista recente à RTP, abordou este tema da seguinte forma. «Diria que é muito, muito, muito difícil que possa sair em janeiro. Impossíveis não há, não há na vida. Agora, eu diria que é muito, muito difícil», disse. Pois bem, daí para cá (entrevista foi a 20 de outubro...) Gyokeres marcou 16 (!) golos, entre eles um hat trick ao Manchester City, um póquer ao Estrela da Amadora e agora ao Azerbaijão, o que reforçou ainda mais a sua cotação e notoriedade fora de portas... Uma subida de rendimento que deixou o leão apreensivo nesta fase. E aquilo que parecia ser uma certeza — a possibilidade de algum gigante europeu avançar com os €100 milhões para pagar a cláusula do sueco nesta janela de mercado — nesta altura já não é bem assim. E ao que A BOLA apurou essa ameaça ganhou alguma força nas últimas semanas. O Sporting, por sua vez, mantém-se irredutível em qualquer tipo de negociação que não seja pela referida cláusula, mas também sabe que o mercado só fechará no fim de janeiro, significando que Gyokeres ainda estará na montra durante um largo período. Mais de dois meses pela frente. Nos quais se jogará toda a fase de Liga na Champions, com dérbis e clássicos pelo meio e a discussão de um troféu (Taça da Liga). Momentos altos nos quais Gyokeres, a avaliar pelo momento, poderá captar (ainda mais) a atenção de tubarões europeus. HÁ REFORÇOS EM LISTA DE ESPERA O Sporting, face a esse assédio que promete continuar a subir de tom nas próximas semanas, sabe A BOLA, já se encontra a preparar um plano alternativo. De contingência. A ideia passa, obviamente, por manter o goleador sueco, mas também está a precaver-se de uma eventual qualquer loucura de um gigante europeu nesta janela de mercado. E, para isso, já tem uma lista de potenciais reforços de ataque bem identificados pelo scouting em lista de... espera. Sem contactos em marcha — até porque não existe, para já, uma ameaça real por Gyokeres — mas com planos alternativos para precaver essa eventual contrariedade. GYOKERES COM PODER DE DECISÃO O cenário, no final da época, tal como A BOLA já havia adiantado, muda de figura. E adivinha-se um verdadeiro leilão por uma das sensações do futebol europeu. E nesse período até poderá haver maior (não muita...) flexibilidade do leão nas negociações. Nesse âmbito existe outro dado a acrescentar: o poder de decisão do jogador que terá muito peso, provavelmente decisivo, na escolha do próximo passo na carreira. O Sporting, de resto, mostrar-se-á sensibilizado com aquela que será a escolha do jogador entre o leque de possibilidades que possa ter mesmo que algumas possam ser menos benéficas em termos financeiros para os leões. Um cenário, aliás, em todo idêntico aquele que aconteceu na vinda de Gyokeres para Alvalade quando representava o Coventry. O sueco tinha propostas melhores em termos financeiros, mas a escolha do avançado foi sempre o Sporting... Em junho será igual. SUECOS RENDIDOS AO LEÃO A exibição de Gyokeres na seleção colocou o o atacante dos leões no topo desta equipa nórdica que se rendeu ao talento do goleador leonino. Após o póquer sobre o Azerbaijão foram muitos os internacionais suecos a fazerem a devida vénia a uma nova estrela nórdica a quem muitos já consideram ser o natural herdeiro da lenda Zlatan Ibrahimovic. Dejan KulusevskiJogador do Tottenham e internacional sueco«Ele é incrivelmente bom. É muito fácil de jogar com ele na seleção. É muito esfomeado e quer sempre marcar golos. Está a fazer história no clube e na seleção e estou muito orgulhoso do seu percurso» Ken SemaJogador do Wattford e internacional sueco«Quatro golos contra o Azerbaijão... É de classe. É ao nível de Zlatan. Se continuar a marcar tantos, talvez vá aproximar-se do recorde dele. Mas é o Zlatan, um grande nome... Vamos ver como será no futuro» Anton SalétrosJogador do AIK Estocolmo e internacional sueco«É uma força da natureza, não consegue parar de marcar. Já nem nos surpreendemos. Marcou três ao Manchester City, quatro com o Azerbaijão. É divertido jogar na mesma equipa do que ele...» Sebastian NanasiJogador do Estrasburgo e internacional sueco«Na verdade chega quase a ser assustador a frequência e a facilidade com que ele marca golos. Está a tornar-se algo habitual para ele. É um jogador fantástico e tem tudo para ser um dos melhores» Isac LidbergJogador do Darmstadt e internacional sueco«Já nos habituámos a que ele marque em todos os jogos da seleção. É incrível. Ele é obcecado por marcar golos e por vencer. É inspirador para todos os que o rodeiam. É fantástico termos um jogador assim»
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