O técnico francês Rudi Garcia, de 50 anos, que orientou Cristiano Ronaldo no Al Nassr (Arábia Saudita) em 2022/23 e sucedeu a Luciano Spalletti no comando técnico do Nápoles, campeão italiano, garantiu este sábado, em conferência de imprensa após o primeiro dia de treinos, realizada no estágio em curso em Dimaro (Itália), que não conta perder nem o goleador nigeriano Victor Osimhen, nem o jovem georgiano Khvicha Kvaratskhelia. «Posso garantir-vos que Osimhen quer ficar. Ele está feliz por continuar connosco, e ainda quer fazer grandes coisas pela equipa», disse Rudi Garcia aos jornalistas, no teatro de Dimaro-Felgarida, palco da conferência de imprensa em que deu conta do ‘pulso’ aos primeiros dias como técnico dos ‘partenopei’. Osimhen, de 24 anos, autor de 36 golos em 2022/23 (26 deles na Serie A, foi o melhor marcador do campeonato) tem mais duas épocas de contrato com o clube presidido por De Laurentiis (até junho de 2025), o que está longe de inviabilizar o interesse contínuo e constante do mercado de transferências, em aberto até 31 de agosto. Também sobre Kvaratskhelia, vinculado aos napolitanos – que conquistaram em 2022/23, pela terceira vez na sua história, o ‘scudetto’, quebrando um jejum de 33 anos desde o anterior, em 1989/90 - até 2027 (mais quatro épocas), o técnico francês confia que, como o lateral-esquerdo internacional português Mário Rui, de 32 anos (contrato até ao verão de 2025) continue a jogar pelos campeões de Itália. «Espero que ele [Kvaratskhelia], aliás, os dois [Kvaratskhelia e Osimhen] continuem a fazer a diferença e a fazer-nos vencer. Mas digo-vos que tenho o cuidado de não colocar o individual à frente do coletivo. Aqui, comigo, todos são igualmente importantes», vincou o antigo técnico de CR7 e Talisca no clube de Riade, cuja equipa é agora orientada pelo português Luís Castro (Al Nassr). «Somos campeões da Itália, temos de o demonstrar dentro de campo. Tenho de trabalhar logo na cabeça dos jogadores, para mantermos o nível que tiveram com Spalletti, a quem cumprimento, na época anterior: foi um nível alto. Sei o desempenho que podem ter, na última época subiram a fasquia. Por isso, espero que a exigência se mantenha», disse um técnico a piscar o olha à prestação na Champions. «O Nápoles tem de jogar bem na Champions, isso é garantido. E deve estar entre os quatro primeiros classificados da Serie A todos os anos! Na Liga dos Campeões, o máximo que o clube já conseguiu foram os ‘quartos’, precisamente em 2022/23. Sei que mesmo essa fase é difícil de igualar, ainda mais de ultrapassar», foi a noção de realismo transmitida. «E sei-o porque já cheguei às meias-finais, ao leme do Lyon. Vejam o Manchester City: conquistou a Champions pela primeira vez após 15 anos na posse de meios fortes, e sete desses anos com o melhor treinador do mundo, Guardiola», realçou Garcia, feliz em Nápoles, mas sem esquecer o percurso anterior. «Neste ofício, mudas de equipa muitas vezes. Mau é colocar para trás os afetos, o bom é encontrar, sempre, novos, e aprender com pessoas novas. Para mim, o condimento da vida são os encontros: mantenho muitos amigos próximos em todos os lugares por onde passei, Lille, Roma, Dijon…», recordou um técnico de bem com a vida. «Estou feliz por estar no Nápoles e a descobrir uma cidade maravilhosa. Já sabia que em Itália se come bem, que há belas paisagens, pois gosto, realmente, de viajar. Mal posso esperar para começar o campeonato. Mas já vejo os adeptos felizes e gosto disso», concluiu Rudi Garcia, admitindo esperar «um ou dois reforços» para a equipa, mas deixando a certeza de que o médio francês Maxime López (Sassuolo), alegadamente na mira para integrar os campeões, «é um ótimo jogador… mas não virá».