Boavista-Casa Pia, 2-3 Gansos com voo de luxo, panteras de ferida aberta (crónica)
Casa Pia reforça melhor série da época e já está no 6.º lugar! Boavista não sai do pesadelo e mantém-se na cauda da tabela. Azar(es) a mais no xadrez
Seis jogos consecutivos a pontuar na Liga – quatro vitórias e dois empates – e chegada altamente meritória ao 6.º lugar da tabela classificativa. Foram estes os efeitos práticos do (justo) triunfo do Casa Pia diante do Boavista.
Em sentido exatamente inverso aos gansos estão as panteras, que viram prolongado o longo período sem vencer – são já oito os encontros sem conhecerem o sabor da vitória (a última foi a 2 de novembro de 2024, no terreno do Gil Vicente, por 2-1) – e continuam na posse da sempre indesejada lanterna-vermelha.
Mas aos méritos do Casa Pia temos também de acrescentar os azares do Boavista. Afinal, que equipa nas condições que são do domínio público ainda merece ficar com uma desvantagem dupla que chegou fruto de dois… autogolos? Nem mais, caro leitor, o Casa Pia chegou ao 2-0 na sequência de dois lances infelizes de Rodrigo Abascal, primeiro, e de Filipe Ferreira, depois, que introduziram a bola na própria baliza após dois cruzamentos da esquerda de Leonardo Lelo. É tão duro, percebia-se na expressão facial de jogadores e adeptos dos portuenses.
Mas no Bessa nunca se desiste e Bruno Onyemaechi, no último suspiro da primeira parte, estava no sítio certo para reduzir: remate de Marco Ribeiro ao poste e, na recarga, o internacional nigeriano faturou.
A etapa complementar poderia ter contado outra história, havia essa esperança no xadrez, mas Jérémy Livolant, logo após o reatamento, também estava bem posicionado para aproveitar uma segunda bola advinda de uma defesa de César a remate de Cassiano e voltou a dar uma almofada confortável aos lisboetas.
A tentativa de reação da formação de Cristiano Bacci sofreu novo revés no momento da expulsão de Pedro Gomes (entrada dura sobre Leonardo Lelo que levou a que o árbitro, depois de alertado pelo VAR, alterasse o amarelo pelo vermelho) e, percebia-se, pouco mais havia a fazer.
Robert Bozenik ainda encurtou distâncias, após assistência de Bruno Onyemaechi, mas o diagnóstico estava traçado: panteras estão de ferida (demasiado) aberta.
Os gansos mantêm o voo de luxo e a pergunta impõe-se: qual será o destino?...