O treinador do Paris Saint-Germain, Christophe Galtier, revelou na noite deste sábado, em Nice, após a vitória do campeão francês e líder da classificação da Ligue 1 sobre os anfitriões, por 2-0, num encontro em que fez alinhar de início o quarteto de portugueses à sua disposição no plantel – Renato Sanches, Nuno Mendes, Danilo Pereira e Vitinha – que, além de Renato Sanches, também Nuno Mendes foi substituído por o problema muscular que afetou o lateral-esquerdo (ex-Sporting) já durante o Mundial do Catar-2022, alegadamente, persistir por debelar. «Perdemos Renato [Sanches] esta noite [lesão nos adutores], mas espero que possamos recuperar Marco Verratti e Juan Bernat [lesionados em fim de recuperação]. Também Nuno Mendes sentiu fadiga, um problema muscular pendente desde o Mundial do Catar-2022, por isso o substitui. É preciso reencontrarmos frescura na equipa, mas ainda assim, apoiarmo-nos num estado de espírito e determinação», afirmou um treinador que viu o campeão voltar a vencer após dois desaires seguidos, mas que deixou expresso andar a gerir a utilização de Nuno Mendes 'com pinças' no clube. Quanto à reação intempestiva que teve, no final, para com os adeptos do Nice, Galtier desarmou: prendeu-se com uma situação fora do contexto do futebol, o alívio pessoal pela recuperação da sua mãe de um gravíssimo problema de saúde. «A minha mãe tem 83 anos e acabou de debelar um cancro. Fim de assunto. Se os que se sentam na tribuna de honra querem a Champions [em 2023/24, disputá-la e ganhá-la], é graças ao meu trabalho na época anterior [2021/2022]. O que as pessoas pensam, é fruto desse nosso trabalho, além do trabalho de Didier [Digard, seu homólogo do Nice], que ainda tem a Liga Europa na mira», disse. «Foi importante vencermos após duas derrotas seguidas, e depois do Lens [segundo classificado] ter ganho [2-1 ao Estrasburgo, na sexta-feira]. Pedi aos meus jogadores que fossem compactos, que mudassem um pouco o estilo de jogo para mostrarmos a nossa solidez. Esforçaram-se por isso, vi muito trabalho nas compensações lá dentro», disse Galtier no final do jogo aos jornalistas no Estádio Allianz Riviera, em Nice, citado pelo Le Parisien. «E tivemos um grande guarda-redes, Gigi [Donnarruma] esteve fantástico, é muito bom: fez sete defesas fundamentais, felicitei-o já, como todos os outros. Também a presença de Sergio [Ramos, defesa-central] nos ajudou muito lá atrás. Com todo o falatório acerca de mim e da minha continuidade ou não em Paris, era importante fazermos uma boa apresentação em Nice, até para mostrar ao Lens que temos todas as condições para revalidar o título» E quanto à prestação menos exuberante de Kylian Mbappé no ataque, Galtier apontou para o elevado número de jogos do avançado francês para pedir compreensão para com o fenomenal ponta-de-lança. «Kylian jogou este sábado o seu 51.º ou 52.º jogo esta temporada. É normal que tenha uma ou outra noite menos boa. No treino de sexta-feira, acabou mais cedo e nem sabia, no fim, se o teria em condições para Nice. Mas quis jogar, e fê-lo, o que demonstra o seu estado de espírito e caráter. Para mais, foi tudo menos um jogo fácil. Mbappé deu um sinal forte de compromisso à equipa», disse Galtier. «Em que é que ser treinador do PSG é complicado? Quando tens à disposição um naipe de jogadores como os que disponho, as coisas parecem simples: há sempre possibilidade de fazer rotação das unidades. Quando o grupo se reduz, as coisas complicam-se. Mas tenho jogadores sérios. Passamos um momento difícil, ultrapassámos um momento difícil. Jogámos de forma diferente do habitual, pois é preciso mudar. Não é um grande futebol, de encher o olho? Mas é preciso que os jogadores se convençam de que têm de jogar futebol para aumentarem as chances de vencerem jogos», sentenciou Christophe Galtier. «Desta vez, ganhámos porque os jogadores trabalharam em conjunto. Ganhar um campeonato jamais foi fácil: todos se batem até à exaustão. Passamos por momentos difíceis por haver um estado de fadiga generalizado em muitos jogadores. Vamos gerir a semana de treino de forma diferente, para chegarmos fisicamente mais frescos ao jogo com o Lens, sábado», concluiu Christophe Galtier.
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