Gerard Garriga, médio do Auckland City, mostra-se entusiasmado por enfrentar o Benfica no Mundial de Clubes, um clube que, diz, conhece bem. O espanhol destaca Di María e Otamendi, campeões do Mundo, como adversários a ter em conta, mas ressalva que ainda não sabe se vai trocar de camisolas com alguém... porque pode não haver equipamentos que cheguem. Na sua equipa, que «tenta ter a bola», há um destaque: o capitão Mario Ilich. — Conhece bem o Benfica? — Sim, conheço. Não acompanho o futebol português, sigo a Liga Espanhola, mas conheço o Benfica, porque joga na Liga dos Campeões. Conheço alguns jogadores. Têm jogadores como Di María ou Otamendi, que venceram o Campeonato do Mundo. Mas, sim, sei que está bem na Liga dos Campeões, numa posição que dá acesso ao play-off. Tem bons jogadores e, claro, no último ano, foram uma das melhores equipas. Na Europa, têm competido muito bem. Lembro-me que, recentemente, venceram o Barcelona. — Os seus companheiros de equipa também conhecem? — Claro! É a mesma coisa. Não seguimos a liga portuguesa. Aqui, na Nova Zelândia, as pessoas apoiam muito os clubes da Liga dos Campeões, porque a maioria vem de famílias de Inglaterra. Mas, claro, vemos a Liga dos Campeões e conhecemos todos os clubes que nela participam. Benfica e FC Porto. Sporting, também. Estão bem nos últimos anos e conhecemo-los. Talvez não os conheçamos como conhecemos os jogadores do Bayern ou, por exemplo, do Liverpool, porque são clubes que seguimos mais, mas, sim, sabemos que eles vão ser... diria tão difíceis de defrontar como o Bayern, porque para nós, é um grande desafio, qualquer um dos jogos. — Sente-se entusiasmado por defrontar campeões do Mundo? — Claro. Este torneio deu-nos a oportunidade de jogar com os melhores jogadores do Mundo. É tão emocionante, porque eles ainda estão num bom momento. Às vezes, podemos jogar contra bons jogadores que, há cinco ou seis anos, estavam no topo, mas agora estão próximos da reforma. Mas esses jogadores, há dois anos, estavam a celebrar a conquista do Mundial. É incrível! — Já decidiram com quem vão trocar a camisola? — Não, não é algo que tenhamos discutido. Queremos competir em campo, fazer boa figura e, talvez depois do jogo, pensemos em trocar de camisolas. Mas é difícil para nós, porque, normalmente, só temos duas camisolas para jogar o torneio inteiro! Não somos como o Benfica. Eles têm mil camisolas. Se trocarmos uma, talvez não tenhamos para o próximo jogo, temos de ser cuidadosos com isso. Claro, quando vamos para os torneios temos algumas camisolas que, normalmente, podemos trocar com os jogadores. Normalmente, quando íamos ao Mundial de Clubes, jogávamos um jogo e éramos eliminados. Aí dá para trocar camisolas depois do jogo, mas o Benfica é o segundo jogo e ainda temos outro. Não sei se vamos poder trocar camisolas, mas, sim, espero que sim. — Há muita presença portuguesa na Nova Zelândia? — Honestamente, penso que não. Sei que há uma grande comunidade brasileira, mas não sei se há de portugueses. A comunidade dos Estados Unidos é enorme, mas de Portugal, Espanha e outros países da Europa não são assim tão grandes. Provavelmente porque estamos tão longe! — Como joga o Auckland City? Quem é a estrela? É Gerard Garriga? — Não, não, eu não sou [risos]. Somos uma equipa que tenta ter a bola. Mesmo nos grandes palcos do futebol, como no Mundial, gostamos de ter a bola por um longo período. Somos tão sortudos que, há alguns anos, veio um treinador chamado Ramón [Tribulietx], da Espanha, que trouxe a mentalidade e o estilo de jogo do Barcelona da época. E, agora, ainda temos um treinador espanhol [Albert Riera], que era treinado por ele. É assim que tentamos jogar: trocar a bola e tentar ter longos períodos de posse. No Mundial, sabemos que os adversários são muito bons e teremos longos períodos sem bola. Trabalhamos muito a defender. Na Oceânia, somos uma equipa que comanda o jogo, sempre em cima. Tentamos sempre impor o nosso futebol e penso que essa é a identidade do clube. É o que vamos tentar fazer no próximo ano. A estrela, diria Mario Ilich, capitão de equipa, que foi eleito o melhor jogador na final do campeonato. Também tínhamos um jovem chamado Stipe Ukich, de 17 anos, que foi para um clube profissional croata. Liam Gillion, internacional pela Nova Zelândia, foi para a liga australiana. É muito difícil para nós, porque, normalmente, os melhores jogadores recebem um contrato profissional e deixam-nos. Mas ficamos felizes de os ver a cumprir o sonho de ser futebolista. Vou dizer então o Mario Ilich, MVP da última liga.