Jorge Paula é grande amigo de Francis Obikwelu, recordista nacional dos 100 e 200 metros, além de medalha de prata nos 100 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas, e também não esquece a forma como Cristiano Ronaldo olhava para o velocista. O atleta olímpico dos 400 metros, agora PT de Florentino Luís, médio do Benfica, ficou impressionado quando viu CR7 a trabalhar ao vivo no Estádio Nacional. — Fale-nos da sua relação com Francis Obikwelu.— Tenho o privilégio de ter estado nessa geração de ouro do atletismo e Francis Obikwelu é praticamente um irmão mais velho, é um exemplo para mim e poder acompanhar o homem mais rápido na Europa foi algo que me fez apaixonar ainda mais pela velocidade. Um dos meus objetivos é conseguir ser uma referência a nível nacional no treino da técnica de corrida, mas acima de tudo no treino da velocidade. Ter a oportunidade de ver um atleta como o Francis a crescer, vê-lo a ser um medalha olímpica, foi algo que me motivou muito e um grande exemplo de superação. Acho que um dos principais fatores de sucesso que eu tive foram também os exemplos: Nélson Évora, Naide Gomes e Francis Obikwelu. — Nem Cristiano Ronaldo ignora Obikwelu.— Quando o Ronaldo estava no Sporting, muitas vezes acabava o treino e ficava a ver os treinos do atletismo, ficava a ver os treinos do Francis, porque não é todos os dias que temos o privilégio de ver um dos homens mais rápidos do mundo. E aproveitando esta oportunidade de falar do Cristiano, conto também uma pequena história. O Centro de Alto Rendimento do Jamor, onde estamos, tem um espaço comum, uma área de fisioterapia e um ginásio e ainda não havia a cidade de futebol. Então, os atletas da Seleção Nacional faziam o treino no estádio principal e alguns jogadores faziam depois a recuperação no ginásio. Qual foi o nosso espanto, quando estávamos ali a treinar e vimos chegar Bruno Alves, Quaresma, Cédric, Cristiano, eram uns 7 ou 8 jogadores. Ficámos encantados. Uma das coisas que me impressionaram e que me fizeram ver realmente a diferença do Cristiano Ronaldo para os outros foi isto: no primeiro dia eram sete jogadores, no segundo dia eram cinco, no terceiro eram dois, depois era só o Cristiano. — Em que especialidade do atletismo é que colocava o Cristiano Ronaldo?— Cristiano é muito competitivo e muito rápido, mas eu, essencialmente, falaria da sua capacidade de salto, ou seja, seria muito bom nos saltos, assim como na velocidade. Se calhar não diria tanto os 100 metros, porque ele é mais explosivo e reativo na partida, mas se calhar para uma prova de 60 metros… era um bom desafio.
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