O Barcelona é o novo detentor da Supertaça de Espanha, graças a uma exibição intratável memorável frente ao Real Madrid que terminou com uma vitória por 5-2, num El Clásico onde só os catalães estiveram à altura do desafio e no qual, pela segunda vez esta temporada, Hansi Flick voltou a bater claramente Carlo Ancelotti na batalha de treinadores (depois da vitória por 4-0 na La Liga). Rolo compressor, remontada, festival ou goleada – todas elas formas precisas de classificar o que o Barcelona fez à defesa do Real Madrid nesta final. O golo madrugador de Mbappé (5’), numa grande jogada individual, apenas adiou o descalabro que se aproximava para o Real, até porque o Barça já estivera muito perto do golo por duas vezes. Apareceu primeiro o mágico Lamine Yamal (22’), que tirou um coelho da cartola quando driblou Tchouaméni antes de fazer um autêntico passe para dentro da baliza. Um golo que teve tanto de qualidade como de confiança de um jogador que, é sempre bom recordar, só tem 17 anos. Camavinga ajudou depois o Barcelona a abrir a garrafa de ketchup, fazendo um penálti claro sobre Gavi. Lewandowski (36’) não tremeu e chegou à marca impressionante de 26 golos em 27 jogos esta época. Carlo Ancelotti tinha o rosto fechado no banco de suplentes, enquanto a sua defesa continuava muito aberta e desconcentrada. Foi assim que Raphinha (39’) apareceu a cabecear no coração da área, contando com a assistência primorosa de Koundé. Em cima do intervalo, nova prova da desatenção defensiva do Real: num pontapé de canto, Rodrygo entregou o ouro ao bandido e este fugiu com ele. Lamine Yamal desmarcou Raphinha, o brasileiro voltou a ligar os motores, fez o que quis de Valverde e assistiu o golo de Balde (45+10’). Com o intervalo, o Real tentou corrigir os erros tenebrosos que cometera. Dani Ceballos rendeu Camavinga (que teve sorte em não ser expulso), mas os fantasmas prevaleceram. Casadó lançou Raphinha na velocidade, a defesa do Real estava completamente desconjuntada e o brasileiro bisou no encontro (48’). A expulsão de Szczesny com vermelho direto, por uma falta sobre Mbappé, só deu falsas esperanças aos madrilenos. Rodrygo, é verdade, marcou um golaço no livre consequente (60’), mas a equipa não voltou a criar oportunidades de golo, e até deu a sensação de que não queria arriscar demasiado e sofrer o sexto golo do jogo. O semblante de Vinícius Júnior ao ser substituído aos 76’ disse tudo: desiludido, desinspirado e resignado, o brasileiro representou todos os sentimentos da equipa merengue. Do outro lado, no final do jogo, Hansi Flick abraçou Lamine Yamal tal como um pai orgulhoso faria com um filho. Uma alegria que simboliza o espírito com que o Barcelona sai da Arábia Saudita, com a 15.ª Supertaça da sua história e, acima de tudo, esperanças de alcançar algo grandioso, tanto na La Liga como na Liga dos Campeões.