Festa continua em Alvalade, agora com menos champanhe (crónica)
Gyokeres marcou o 1-0 com o Lille, na 1.ª jornada da Liga dos Campeões. (GRAFISLAB)

Sporting-Lille, 2-0 Festa continua em Alvalade, agora com menos champanhe (crónica)

NACIONAL17.09.202422:46

Vitória indiscutível do Sporting perante o Lille, dois golaços para mais tarde recordar, mas não foi das exibições mais entusiasmantes da equipa de Rúben Amorim na presente temporada

Era um jogo que o Sporting, para manter esperanças fundadas no apuramento para a próxima fase da Liga dos Campeões, estava ‘obrigado’ a ganhar, não só porque atuava perante o seu público, como ainda pelo facto de defrontar uma boa equipa que estava, no plano teórico, perfeitamente ao seu alcance. Nesse aspeto, os leões passaram no exame com distinção porque não haverá ninguém, por mais francês que seja, que não reconheça o mérito do triunfo leonino. A equipa de Rúben Amorim, além dos dois golos que marcou, teve ainda mais uma mão cheia de ocasiões claras de golo, enquanto que o Lille apenas por uma vez, numa má entrega de Maxi Araújo aproveitada por Cabella e bem defendida por Israel, já aos 88 minutos, construiu um lance de perigo.

Porém, o Sporting, ou por desconfiar do Lille, ou por acusar o peso da Champions, nunca foi a equipa asfixiante que sabe ser, e a espaços, até em superioridade numérica, deixou o adversário ter bola quando o normal seria pressionar com maior agressividade e, através da largura do ataque, ir desmontando peça a peça a estrutura gaulesa.

Os leões apresentaram-se no seu figurino normal, um 3x4x3 bem oleado, enquanto o opositor surgiu num 5x1x3x1, que, através das subidas de Meunier na direita, se transformava em 4x2x3x1 ou 4x3x3. Mas, mesmo denotando sempre a preocupação de se não desposicionar, o Sporting foi não só chegando para as encomendas como ameaçando cada vez mais a baliza de Chevalier.  

MOMENTOS DECISIVOS

Contar a história deste jogo é falar de dois momentos absolutamente transcendentes no desenrolar da partida e que não têm a ver com  tática, apenas com futebol. O primeiro ocorreu entre o minuto 38 e o minuto 40. Aos 38 minutos, com 0-0, Alexsandro teve um mau alívio a um a bola bombeada para a área, esta sobrou para Pedro Gonçalves que a endossou a Gyokeres que rodopiou e fez o sabe melhor fazer: meter a bola no fundo das redes do adversário. Dois minutos depois, aos 40, Angel Gomes, que pautava o jogo dos franceses, servindo de pivot a toda a manobra, teve uma entrada imprudente sobre o inevitável Gyokeres e como já estava amarelado, foi expulso. Em dois minutos, o Lille passou de estar a empatar a zero para estar a perder por um golo e em desvantagem numérica. Foi dose para a equipa do norte de França. Mas houve mais.

Apesar de, ao intervalo, Rúben Amorim ter trocado Morita por Daniel Bragança, para aproveitar a superioridade numérica e dar mais clareza ao meio-campo, o jogo entrou numa fase incaracterística e Bruno Génésio resolveu sacudir a sua equipa com três substituições (63 minutos), que transformaram o Lille que passou a arriscar tudo em 4x2x3. Porém, o futebol é o que é e o técnico gaulês nem teve tempo para ver se eventualmente teria razão porque, logo de seguida, Zeno Debast (com as lesões de Quaresma e Inácio e este ‘boost’ de confiança tem todas as condições para recuperara a confiança e agarrar o lugar)arrancou um pontapé de meia distância que entrou com uma inaudita violência no ângulo superior direito da baliza de Chevalier.

Estava feito o 2-0, dissipavam-se todas e quaisquer dúvidas, e apesar do Lille poder ter reduzido na já aludida jogada aos 88 minutos, a verdade é que os leões perderam inúmeras ocasiões para chegarem ao 3-0. Ficaram-se, pelos 2-0, garantiram os três pontos e mais uma boa maquia de euros, e ainda fizeram estrear Conrad Harder, a nova coqueluche de Alvalade.