FC Porto: Wendell na melhor versão

Lateral-esquerdo com um início de temporada auspicioso; exibições subiram para um patamar de excelência, tanto a defender como a atacar; é neste momento o defesa mais valioso no ‘ranking’ de pontuação de A BOLA na Liga

O adágio popular é bem explícito: azar de uns, sorte de outros. Wendell beneficiou, em boa medida, do infortúnio de Zaidu no jogo com o Shakhtar Donetsk, realizado em Hamburgo, na Alemanha, pois com essa vaga no onze o brasileiro cimentou a sua posição no lado esquerdo da defensiva azul e branca. Visto muitas vezes como uma espécie de patinho feito, o esquerdino tem apresentado nos últimos jogos a sua melhor versão desde que trocou os alemães do Bayer Leverkusen pelo Dragão. 

Os desempenhos de Wendell no campeonato, mas também na Champions, têm sido de bom nível e parece que está a ganhar mais confiança dentro das quatro linhas e, ao mesmo tempo, a calar alguns detratores do seu trabalho. Aos 30 anos, o futebolista atravessa a melhor fase desde que assinou pelo FC Porto, ele que foi decisivo no encontro inaugural da Liga portuguesa, em Moreira de Cónegos, ao apontar o tento do triunfo e também, no Dragão, diante do Gil Vicente, ao cobrar de forma exímia o livre que colocou a bola na cabeça de Eustáquio, com o canadiano a cabecear para o 2-1 já em tempo de compensação. Sérgio Conceição procura sempre aprimorar todos os detalhes — tanto defensivos como ofensivos — do lateral-esquerdo, assim como tem alertado o jogador para as entradas fora de tempo e mais agressivas, que lhe custaram, por exemplo, um cartão vermelho desnecessário na primeira jornada do campeonato, diante do Moreirense.

COM PROPENSÃO OFENSIVA

Embora tenha melhorado significativamente no aspeto defensivo, fruto de um trabalho exaustivo levado a cabo por Sérgio Conceição e restantes membros da equipa técnica, é sobretudo na vertente ofensiva que Wendell tem subido de patamar. Muito participativo no caudal atacante da equipa, aparece amiúde em zonas de finalização e faz cruzamentos perigosos para os companheiros. Não se limita a dar profundidade pelo flanco esquerdo da equipa, mas também procura jogo interior, tentando desequilibrar o último terço do campo adversário.