Os resultados da auditoria forense às contas da SAD preencheram grande parte do dia noticioso do FC Porto, mas na quarta-feira outros resultados, os desportivos, conduziram Villas-Boas com destino ao Olival e aos dois ciclos de treinos que a equipa fez pela manhã. Ao contrário das abordagens mais assertivas adotadas após a derrota pesada frente ao Benfica (4-1) e a eliminação da Taça de Portugal diante do Moreirense, desta vez Villas-Boas optou por uma estratégia mais personalizada. O treinador reuniu-se individualmente com alguns jogadores, procurando compreender o momento que atravessam, os seus comportamentos em campo e a resposta que pretendem dar no jogo contra o Gil Vicente, em Barcelos. Esta aproximação mais personalizada surge num contexto em que os dragões enfrentam dificuldades em jogos fora de casa. Nas últimas oito deslocações, o FC Porto venceu apenas uma vez (0-3 frente ao Moreirense, na Liga), empatou duas partidas e sofreu derrotas frente a adversários como Lazio, Benfica, Moreirense (Taça de Portugal), Sporting (Taça da Liga, em campo neutro) e Nacional. É provável que estas conversas tenham sido direcionadas a jogadores cujo rendimento ficou aquém do esperado, especialmente após um mês de dezembro promissor, no qual a equipa conquistou quatro vitórias consecutivas e cedeu apenas um empate em Famalicão, mas também aos líderes do balneário. VAI VOLTAR AO OLIVAL O presidente portista terá sentido o grupo e os jogadores com a honra ferida depois da derrocada na Choupana e a expectativa é que o trabalho em cima dessa derrota os estimule em vez de os deitar abaixo, e que dessa reação e vontade saia uma atuação à Porto e um triunfo em Barcelos.Villas-Boas vai voltar a falar no Olival, esta semana, segundo apurámos. Apesar de estar a apenas um ponto do líder, o Sporting, o FC Porto perdeu a oportunidade de alcançar o topo da classificação de forma isolada, e isso, por si só, já constituiu uma deceção para a exigente massa associativa. Essa derrota por 2-0 contra um conjunto que luta para não descer foi agravada por uma primeira parte irreconhecível num candidato ao título, sem um único remate enquadrado à baliza do Nacional e com erros defensivos penalizadores e inesperados num FC Porto que tinha dado mostras de retoma até defrontar e perder com o Sporting, na meia-final da Taça da Liga. A reação dos portistas a esse desaire não foi o esperado nos 75 minutos que faltavam disputar da partida no Estádio da Madeira. Para mais, a 3 de janeiro, os dragões ficaram de sobreaviso com a entrada forte do adversário, antes do nevoeiro cair sobre o relvado e interromper o encontro aos 14 minutos e 30 segundos.