Dinâmica interior Face à estrutura defensiva do Portimonense em 5x4x1, sem pressionar os defesas-centrais do Porto na etapa de construção, previam-se dificuldades nas dinâmicas interiores do FC Porto, face ao número de jogadores colocados no corredor central. Sérgio Conceição manteve Baró no onze, com a responsabilidade de relembrar Otávio. Pepê sobre a esquerda a fletir para zonas interiores criou tudo aquilo que foi possível em termos ofensivos. A equipa de Sérgio Conceição obteve o domínio e controlo das ações de jogo e, desde o início, impôs uma intensidade elevada, a submeter a equipa algarvia à sua fase defensiva em bloco médio-baixo. De realçar, a desorganização da linha defensiva de Paulo Sérgio, não só no controlo do fora de jogo como no equilíbrio defensivo. Espaço e número O Portimonense teve espaço para desenvolver os métodos de ataque rápido e contra-ataque, mas a questão centralizou-se no aproveitamento do espaço disponível e na tomada de decisão. O FC Porto, face à sua circulação ofensiva, rápida e fluída, conseguiu quase sempre ligar as dinâmicas intersetorais face à superioridade numérica, ou simplesmente vencer os duelos individuais. Um dos aspetos determinantes para o FC Porto não ter alcançado vantagem mais confortável na primeira parte foi a receção de bola (o primeiro toque), por parte Evanilson e Taremi, em zonas próximas da baliza adversária. João Mário esteve interventivo no corredor direito, procurando ocupar o espaço deixado por Baró quando este se movimentava para zonas interiores ou procurava reciclar o processo em zonas laterais. Alterações Ao intervalo, Eustáquio substituiu Alan Varela e o FC Porto melhorou, essencialmente, na leitura de jogo (gestão do ritmo). A construção melhorou e, por consequência, a variação do ângulo de ataque. Conceição sentiu necessidade de aumentar a eficácia ofensiva, pois o desperdício de oportunidades impediu a tranquilidade da equipa. Galeno e Iván Jaime intensificaram as ações técnico táticas, mas o resultado não se alterou, apesar da facilidade em rematar à baliza. Galeno é jogador diferenciado e tem que ser gerido de forma correta, face à especificidade das suas ações de jogo. Iván Jaime, dentro de alguns meses, será primeira opção, necessita apenas de melhorar a tomada de decisão quando está em progressão com bola, recrutando a velocidade como aliada nesta evolução. Expulsão Após a expulsão de David Carmo, o FC Porto não perdeu a organização e continuou superior. Diogo Costa mostrou mais uma vez que é guarda-redes de equipa grande, com poucas intervenções, mas decisivas para o resultado final. A consistência foi a chave para a vitória, com o resultado a pecar por escasso. No lado do Portimonense, não foi a exibição mais convincente para tirar pontos a equipa grande. Em termos ofensivos, a equipa deveria ter explorado mais o ataque posicional, implementando soluções diferentes na etapa de construção, isto para acalmar a pressão defensiva alta que o FC Porto apresentou desde o início - manteve-se até ao final com outros contornos.