FC Porto: Pepê, sucessor de Galeno está em casa

Polivalente, sim, mas brasileiro foi contratado pelo FC Porto como extremo esquerdo, onde realmente se sente mais feliz a jogar; saída do compatriota para a Juventus pode proporcionar-lhe o regresso ao ponto de partida

Com o negócio entre a Juventus e o FC Porto por Galeno em desenvolvimento, mas ainda a pedir acertos de valores e bónus está ser oficializado, Vítor Bruno já pensa no equilíbrio da asa direita do ataque, sempre muito dependente do rasgo do destro brasileiro e das suas diagonais desconcertantes. E dos golos, claro, Galeno é o homem dos grandes palcos, o protagonista da Supertaça ganha ao Sporting, no sábado passado, com duas finalizações decisivas, o senhor Champions dos dragões na época transata, ao apontar cinco golos e ao fazer três assistências.

É uma herança pesada, mas que tem no plantel uma solução à altura, ainda que quase ninguém se lembre que a contratação de Pepê teve justamente a finalidade de dotar o lado esquerdo do ataque portista de uma unidade atrevida e com dinâmica. No Grémio, o brasileiro era o desequilibrador dos gaúchos, e nem lhe passava pela cabeça, quando chegou ao FC Porto a troco de 15,5 milhões de euros que se tornaria, com o tempo, no futebolista mais polivalente da equipa.

Tirando a baliza e zona central da defesa, Pepê jogou em todo lado no FC Porto, no início relutantemente, porque a ideia de ser defesa direito não preenchia a sua imaginação, mas aos poucos foi compreendo que ao pisar várias zonas do terreno ganhou valências úteis que o tornaram mais completo e o levaram à seleção brasileira e à última Copa América.

Mas não nos deixemos trair pela memória. Eduardo Gabriel Aquino Cossa, mais conhecido por Pepê, foi a quarta contratação mais cara de sempre do clube dos dragões, superada só pelas de Óliver Torres, Imbula e Hulk, e não veio para ser mais um. Foi, contudo, confrontado com um grande problema chamado Luís Díaz. Até à saída do colombiano para o Liverpool, Pepê foi sendo utilizado como arma de banco com muita frequência por Sérgio Conceição. Com o passar do tempo foi explorando outras zonas do terreno, a somar minutos e a ganhar estatuto, ao ponto de ainda ser o jogador do FC Porto com mais desafios disputados numa só temporada – 55, em 2023/24.

Profissional até à medula, Pepê sempre aceitou as missões que lhe foram sendo confiadas por Sérgio Conceição, mas com a esperança de um dia voltar ao seu lugar de origem, onde tem mais exposição ao golo e à referência de área da equipa. Explosivo e dotado de uma grande técnica, Pepê viu essa expectativa de ser de novo extremo adiada pela resposta forte de Galeno. Com a saída iminente do compatriota, é provável que Pepê tenha agora a oportunidade de jogar onde é mais feliz. Se o mercado, entretanto, não o levar.