O dossiê relacionado com a contratação do novo treinador do FC Porto está a ser tratado com o máximo sigilo e num círculo muito restrito, para evitar fugas de informação. André Villas-Boas tem debatido este tema com Andoni Zubizarreta e Jorge Costa, respetivamente diretor desportivo e responsável pelo futebol profissional dos azuis e brancos. Enquanto isso, José Tavares será o treinador encarregado de delinear a estratégia para o jogo da Liga Europa, frente ao Olympiakos, quinta-feira, e não é de descartar a hipótese de se manter no comando interino da equipa para a receção ao Santa Clara, agendada para domingo às 18h00. Ter o novo treinador no banco com o Santa Clara dependerá da rapidez com que o processo for desenvolvido e concluído, sendo que o FC Porto estará ainda a avaliar um treinador estrangeiro. A pista Luís Castro não foi abandonada por completo, mas esfriou bastante. Nesta fase em que a escolha pode determinar o sucesso ou insucesso de uma temporada, e já sem Taça de Portugal e Taça da Liga, André Villas-Boas procura não afasta nenhum cenário. Efeito surpresa? Na avaliação do perfil do novo treinador pode não entrar o estatuto internacional de que goza e sim as qualidades que poderá aportar em matérias tão variadas como a capacidade de recuperar um grupo em crise e de trazer ideias e estratégias que se alinhem com o desejo do FC Porto de lutar pela conquista do título e de ir o mais longe possível na Liga Europa com a matéria humana, leia-se plantel, que tem à sua disposição. Luís Castro obedece a estes requisitos, mas o universo de técnicos é muito alargado e vários deles estão agora a aparecer e a dar cartas em várias ligas. Nessa medida, o treinador escolhido até poderá ser uma novidade aos olhos dos adeptos, o que não seria inédito na história dos portistas. Poucos conheciam Co Adriaanse quando foi contratado em 2005, e apesar de não ter agradado a todos, o neerlandês trouxe irreverência e audácia ao estilo de jogo do FC Porto e conquistou a dobradinha, Liga e Taça de Portugal. O próprio Villas-Boas foi uma aposta de Pinto da Costa numa fase inicial da sua carreira como treinador principal quando o seu trabalho na Académica mostrava traços de qualidade que cabiam no perfil de um grande clube. Esta época, praticamente todos os movimentos de mercado do FC Porto foram antecipados pela imprensa. A exceção foi Samu, apontado ao Chelsea, mas contratado pelo FC Porto através de uma viagem relâmpago de Villas-Boas a Espanha. A intenção do presidente dos azuis e brancos será criar o mesmo efeito surpresa, ou seja, anunciar o treinador após a contratação estar fechada.