- Neste momento estás lesionada. Existe já alguma data prevista para o regresso aos relvados?- Janeiro é o mês de regresso. Posso dizer isso, posso confirmar que janeiro é o mês de regresso. - Como é que tens visto o crescimento do futebol feminino em Portugal? - É muito bom. É um bocadinho a par do que está a acontecer aqui connosco no FC Porto. A qualidade tem evoluído ao longo da época, as pessoas estão mais recetivas a aceitar o futebol feminino e cada vez temos mais adeptos nos estádios. - Que fatores têm contribuído para isso? - As apostas dos clubes e da Federação, acho que é por aí. - Achas que o bom desempenho da Seleção tem ajudado? - Acho que talvez seja um bocadinho ao contrário. Acho que a evolução dos clubes faz com que a Seleção fique cada vez melhor. - A exportação de jogadoras, como se vê no futebol masculino na Liga portuguesa, é benéfica? - Claro, acho que nem é exportação, é importação. Na verdade, há jogadoras que vêm acrescentar muito ao nosso campeonato e nós temos jogadoras portuguesas que vão para fora acrescentar a outros campeonatos. - E consideras que a Liga portuguesa tem subido o nível de competitividade nos últimos anos?- Tem, sem dúvida, e acho que é notório que tem subido. - Notas muitas diferenças entre a altura em que começaste no Valadares e a atualidade? - Sim, muitas, muitas mesmo. Principalmente as condições que os clubes nos oferecem. São muito boas nos dias de hoje a comparar com antigamente. Não há termo de comparação, sinceramente. - E quais foram os maiores desafios que tiveste na carreira até hoje?- Acho que infelizmente as lesões. - Foi difícil conciliar os estudos, o trabalho e o futebol? - Trabalhar, estudar e jogar ao mesmo tempo é complicado, sim, mas é como se diz: quem corre por gosto não cansa. E acho que tendo um bom método de conciliação e de gestão de tempo, acabas por se conseguir tudo. - O FC Porto tem ganho por larga margem na maior parte dos jogos na terceira divisão. Achas que isso não permite a equipa evoluir tanto como, por exemplo, se jogasse regularmente com equipas de outro nível? - A verdade é que eu em certos jogos, quando chega ali uma parte em que já estamos a ganhar por um elevado número, a nossa motivação, o nosso empenho naquele jogo é capaz de não estar a 100%. É verdade e acho que se consegue compreender, mas a verdade é que conseguimos evoluir nos nossos treinos e no dia-a-dia, trabalhamos para tal e para evoluir. - Qual é o próximo passo que Portugal e a Seleção podem dar para crescer e tornar-se uma potência do futebol mundial? - Estamos no caminho correto. Estão a investir da forma correta. Não podemos é querer tudo de ontem para hoje. É um processo ao longo dos anos. Estamos a ver melhorias e vão continuar a existir melhorias. Agora é com calma. Acho que a primeira divisão está cada vez melhor. A segunda, a terceira e a quarta vão evoluindo ao longo dos tempos. - E para o ano, se o FC Porto confirmar a subida, vai ser um nível mais exigente para crescer ainda mais para depois estar mais bem preparado para a primeira Liga? - Tal como estava a falar agora do crescimento do futebol feminino, acho que o crescimento do FC Porto está um bocadinho igual. Nós estamos agora na terceira, estamos num nível de terceira divisão. Não podemos querer já ganhar ou ir à Liga dos Campeões. É uma coisa de cada vez. Ao longo dos anos vamos evoluindo, vamos trabalhando. Estamos cá para isso, estamos cá para trabalhar e queremos crescer. - É importante para as meninas da zona que não tinham o seu clube como equipa feminina e agora podem sentir-se representadas? - Claro que é. Eu falo por mim. Estava ansiosa que o FC Porto criasse futebol feminino. - Num plano pessoal, que perspetivas que tens para o futuro? - Acima de tudo, quero ajudar o FC Porto. Acho que é o meu objetivo principal nestes próximos anos.