A época de 2024/25 entra para a história do futebol português como sendo a primeira, desde que se disputa o campeonato nacional da primeira divisão, em que os três principais clubes mudaram de treinador. O despedimento de Vítor Bruno do FC Porto, consumado já na madrugada desta segunda-feira, juntou-se às saídas de Roger Schmidt no Benfica, primeiro, e às de Ruben Amorim e João Pereira do Sporting. E se no caso de Amorim se tratou de uma opção do treinador, os restantes foram mesmo decisões das respetivas administrações. Há duas temporadas, desde 1934/35 (arranque do campeonato nacional), em que a estatística pura e dura nos diz que houve mais que um treinador em cada um dos três clubes: 1958/59 e 1961/62. Sucede, porém, que nestes casos o segundo treinador de um deles disputou apenas a final da Taça de Portugal, e ambas se realizaram já na época seguinte, em julho (em Portugal as temporadas oficiais iniciam-se a 1 de julho e terminam e 30 de junho do ano seguinte). No verão de 1959, o uruguaio José Alberto Valdivieso substituiu provisoriamente Otto Glória no comando técnico do Benfica, antes da chegada de Béla Guttmann, e disputou a final da Taça a 17 de julho; em 1962, Fernando Caiado fez a transição entre o já campeão europeu Guttmann e Fernando Riera, jogando a decisão no Jamor a 1 de julho. Curiosamente, ambos conquistaram o troféu. Sporting e Benfica tinham trocado de treinador na mesma época em oito ocasiões (1953/54, 1987/88, 1995/96, 1996/97, 1997/98, 2000/01, 2018/2019 e 2019/20). Benfica e FC Porto tinham coincidido três vezes: em 1952/53, 1969/70 e 2001/02. Esta foi, igualmente, a primeira vez que Sporting e FC Porto tiveram mais que um treinador na mesma temporada.