A única parte boa da situação? Não houve motivo para penálti e decisão final foi correta. Nota do árbitro: 4Miguel Nogueira dirigiu o FC Porto-Arouca no Estádio do Dragão. O árbitro internacional de Lisboa recebeu a colaboração de Rui Oliveira (AF Porto), que desempenhou a função de vídeo árbitro. Segue análise técnica aos lances mais relevantes. 9’ - João Mário lesionou-se momentaneamente após toque fortuito de Cristo González, a quem tentou tirar a bola. Não houve infração do jogador arouquense. Bem o árbitro Miguel Nogueira ao nada assinalar. 12’ - Erro de análise do árbitro assistente (muito adiantado em relação ao penúltimo defesa), em lance claro para avaliar em campo: Taremi estava francamente adiantado quando João Mário cruzou da direita. Golo mal validado em campo mas bem anulado em sala, após oportuna intervenção do VAR. 15’ - Mújica cabeceou bola na queima, que foi desviada pelo peito (e não braço) de Fábio Cardoso, acabando por sair depois pela sua linha de baliza. Pontapé de canto bem assinalado pela equipa de arbitragem. 26’ - Fábio Cardoso derrubou Mújica, de forma a evitar que o avançado espanhol pudesse criar desequilíbrio mais à frente. A falta tática (antidesportiva) foi bem sancionada com o primeiro cartão amarelo do jogo. 39’ - Jason carregou Wendell muito no limite, mas já fora da sua área, cometendo infração passível de pontapé-livre direto, bem assinalada por Miguel Nogueira. A queda do jogador brasileiro do FC Porto foi determinada pelo contacto lateral (anca), que ocorreu fora da área azul e branca. Galeno não tinha necessidade de tirar desforço do adversário, empurrando-o como o fez. É preciso que os jogadores tenham mais sangue frio nalguns momentos, de forma a evitarem sanções disciplinares desnecessárias. 43’ - Toni Martínez rematou em desequilíbrio mas sem que o contacto promovido pelo adversário fosse suficiente para a queda. Toque sim, falta não. Lance legal na área do Arouca. 45+1’- Apesar da lesão momentânea de Galeno (na sequência de contacto inevitável), o corte de Rafael Fernandes foi na bola e legal. Esteve bem o árbitro. 50’ - Mãos de Wendell colocadas nas costas de um adversário, na área do Porto, não foram suficientes para se considerar ter havido infração. Lance legal e bem avaliado na área do FC Porto. 57’- Pontapé de canto para o FC Porto (desvio óbvio do defesa) erradamente trocado por pontapé de baliza. Na sequência, Evanilson foi advertido por protestos. 58’ - Amarelo mal exibido a Alan Varela. Apesar da perceção inicial de que a decisão seria correta, foi Mújica quem pisou o pé do adversário. O amarelo teria de ser para o avançado espanhol do Arouca. Antes houve falta não assinalada sobre Marcano. 62’ - Amarelo bem mostrado a Arruabarrena por perder tempo de forma deliberada. 75’ - Jason caiu na área do FC Porto, após disputa com Fábio Cardoso, mas sem que o central azul e branco cometesse infração. Esteve bem a equipa de arbitragem. 76’ - Cabeceamento de Taremi, com o avançado iraniano a pedir penálti (por mão na bola ou eventual empurrão). Não teve razão. Bem o árbitro. 84’ - Golo legal do Arouca. A mão inicial de González foi involuntária e não tinha de ser sancionada, porque não aconteceu «imediatamente» antes do espanhol marcar golo. Só essas são obrigatoriamente puníveis por lei. Nesta análise esteve bem a equipa de arbitragem. 87’ - Mal assinalado o pontapé de penálti a punir alegada falta de Bogdan sobre Taremi. Não houve qualquer carga ilegal, apenas tentativa do avançado do FC Porto em induzir o árbitro em erro. A partir daí foi o que se viu de forma quase inédita: a imagem não foi transmitida para a zona onde estava o árbitro, razão pelo qual a conversa com o VAR foi via walkie talkie. Por absurdo que pareça, a situação está prevista e é permitida pelo protocolo. Para a história fica a alteração de uma decisão relevante efetuada através de áudio (não de imagens), num lance onde é o próprio protocolo que sugere que este tipo de lances sejam sempre revistos pelo árbitro, de forma a avaliar se mantém ou altera a decisão inicial. A única parte boa de toda a situação? Não houve mesmo motivo para penálti e a decisão final foi correta. 90+14’ - Taremi caiu novamente na área adversária, levando mais uma vez o árbitro a assinalar pontapé de penálti. É verdade que o avançado iraniano foi tocado duas vezes (no ombro e no pé), como também é verdade que a sua queda, na forma, modo e timing, não foi de todo compatível com o impacto dos contactos em questão. O árbitro teve leitura distinta e tinha essa margem, porque tratou-se de lance de interpretação. Na nossa opinião, não houve qualquer motivo para considerar a existência de infração. 90+19’ - Golo legal de Evanilson, apesar de dúvidas iniciais quanto à posição de Navarro. O avançado espanhol pareceu estar em posição irregular (à frente da linha da bola) quando Gonçalo Borges cruzou da esquerda. A questão é que em nenhum momento o jogador interferiu no jogo ou impactou na ação dos adversários. Quer isso dizer que Navarro nunca tomou parte ativa na jogada. Foi bem validado o golo do empate.