O FC Porto atravessa um momento de maior tranquilidade na temporada, e muito o deve à enorme solidez defensiva que tem apresentado nos últimos encontros. A boa fase dos dragões é sustentada por uma sequência de três triunfos consecutivos sem qualquer golo sofrido. Os comportamentos da linha mais recuada, trabalhados por Vítor Bruno e pela equipa técnica desde o início da época, parecem estar finalmente a consolidar-se, depois de um período negativo, sobretudo pela estabilização da parceria no eixo central entre Nehuén Pérez e Otávio, que têm formado uma dupla de ferro. Depois de ter começado a época como titular, o brasileiro foi perdendo espaço após alguns erros cometidos na fase inicial da temporada e acabou mesmo por falhar várias partidas. Durante esse período, a escolha para fazer parelha com o argentino ex-Udinese recaiu em Tiago Djaló, que entrou bem na equipa. Porém, no momento mais conturbado da época, após a queda da Taça de Portugal em Moreira de Cónegos, onde foi titular, o internacional deixou de figurar nas escolhas iniciais do técnico dos dragões. Foi em Bruxelas, em jogo da Liga Europa contra o Anderlecht (2-2), que Otávio recuperou o seu lugar na equipa e apesar dos dois golos sofridos em solo belga, a verdade é que a partir desse encontro o rendimento defensivo da turma portista disparou. Nos cinco jogos seguintes (os últimos cinco desafios do FC Porto), os azuis e brancos sofreram apenas um golo. Golo esse que teve efeitos nefastos, é certo (1-1 em Famalicão), mas que foi a exceção à regra. Ante Casa Pia (2-0), Midtjylland (2-0), Estrela da Amadora (2-0) e Moreirense (3-0), Diogo Costa não teve de ir ao fundo da baliza recolher a bola por uma única vez e os dragões concederam poucas oportunidades aos adversários. VÍTOR BRUNO SATIFEITO Como tem referido nas conferências de imprensa, Vítor Bruno está agradado com o crescimento da equipa nas últimas semanas, sobretudo do ponto de vista defensivo, aspeto amplamente valorizado pelo treinador portista. «Todos querem futebol de nota artística, mas há momentos em que isso não dá para acontecer. Com dez oportunidades por jogo, a empurrar o adversário... isso também quero. Também quero uma equipa sufocante. A espaços vamos conseguindo. É importante olhar para o outro lado da moeda. O Estrela perdeu por números avassaladores em Alvalade e na Luz, mas vejam o número de lances de golo claro que teve lá e que teve no Dragão», sublinhou antes da visita a Moreira de Cónegos, onde os dragões voltaram a manter a baliza inviolável. Segue-se o dérbi da Invicta, onde o FC Porto vai procurar repetir a proeza de não sofrer golos.