Há seis temporadas consecutivas que Vlachodimos é o titular da baliza do Benfica sem ter concorrência forte, mas isso mudou porque, esta época, os encarnados contrataram o guarda-redes ucraniano Anatoliy Trubin, que é ainda muito jovem, tem somente 22 anos, mas chega às águias com quase uma centena de jogos realizados pela equipa principal do Shakhtar e com provas dadas também em desafios da Liga dos Campeões. Não foi por acaso que o Benfica pagou por ele €10 milhões, mais 1€ milhão em bónus e cedeu ao clube ucraniano 40% da mais-valia de uma venda futura. Nunca nos tempos recentes se discutiu tanto quem deverá ser o guarda-redes titular das águias e a discussão ficou ainda mais acesa depois da exibição fraca que Vlachodimos fez na derrota (2-3) do Bessa, ficando mesmo ligado, de forma direta, a um dos golos do Boavista. Há benfiquistas, para quem Vlachodimos nunca foi consensual, que defendem que Trubin deve avançar para a titularidade já no próximo jogo, sábado, na Luz, frente ao E. Amadora, para a Liga. Este é um momento de grande pressão para o internacional grego, de 29 anos, e A BOLA falou com quem o conhece bem para saber se ele tem personalidade para reagir ao momento. «Vlachodimos é muito forte. Numa posição tão complicada, tão específica, como é a de guarda-redes, tem uma mentalidade excecional», começa por nos garantir Gustavo Poyet, de 55 anos, antigo médio, ex-internacional uruguaio e agora selecionador da Grécia. «Vlachodimos é muito seguro dele mesmo, revela muita tranquilidade em todos os momentos e passa essa tranquilidade à equipa. É assim connosco, na Grécia. Se falha alguma bola, algum lance, isso não o afeta minimamente para o resto do jogo. A qualidade do jogador acaba sempre por vir ao de cima e ele tem-na em grande quantidade. Não tenho nenhuma dúvida de que Vlachodimos está pronto para continuar a jogar e imagino que o Benfica estará muito feliz por poder contar com um guarda-redes que muitas outras equipas desejariam ter», diz Poyet, muito simpático, embora um pouco apressado porque, em cima da hora, teve de comprar uma gravata para entrar no estádio e assistir ao Man. City-Sevilha, da Supertaça Europeia que esta quarta-feira se joga em Atenas, na Grécia. «Connosco [na seleção grega], se Vlachodimos estiver bem vai jogar sempre», conclui o selecionador, finalizando a conversa com mais alguns elogios: «Ele lê muito bem os jogos, é o que mais me impressiona. Sabe como e quando é para jogar curto ou longo, faz a diferença em detalhes que por vezes nem todos percebem. Ele sabe sempre o que fazer.»