O Manchester United divulgou o relatório da task force responsável por avaliar a possibilidade de se remodelar Old Trafford ou de fazer um estádio novo. As primeiras estimativas são... estratosféricas: caso o Manchester United escolha construir um estádio novo, este pode potenciar, segundo a investigação, a criação de até 90 mil novos postos de trabalho e 8,5 mil milhões de euros para a economia inglesa. A vontade de ter um estádio novo não é de agora. Há muito que Old Trafford tem mostrado que, depois de 115 anos, e mesmo com várias remodelações, precisa de obras mais de fundo ou de uma reforma total. Casas de banho não funcionais, chuva a cair por baixo da cobertura, água a pingar na sala de conferências de imprensa ou infestações de ratos são alguns dos sintomas de um recinto que já começa a não servir, apesar do inegável valor histórico. A task force, responsável pelo primeiro relatório sobre a possibilidade de se avançar com renovações de fundo, anunciou um possível projeto para renovar toda a área de Grande Manchester. Com o estádio no centro desta «catalisador» da remodelação na cidade, esta poderia «criar cerca de 8,5 mil milhões de euros para a economia do Reino Unido e mais de 90 mil oportunidades de emprego», começa por dizer o anúncio da equipa de investigação. São estas as primeiras alternativas: criar um novo recinto para 100 mil pessoas ou remodelar Old Trafford e aumentar a sua capacidade dos 74 para os 85 mil. Segundo a task force, foram entrevistados mais de 50 mil adeptos do Manchester United e mais de 90% destes mostraram-se satisfeitos com a ideia de um novo estádio de classe mundial numa zona regenerada por esse recinto. «Um novo estádio é a opção preferida pelos adeptos, com 52% a afirmar que é a favor dessa ideia. 31% prefere uma remodelação de Old Trafford e 17% mostrou-se incerto sobre a opção que preferia», prossegue o relatório, que também refere que mais de 60% dos mil inquiridos que vivem na área vêem o projeto com bons olhos. A zona de Trafford e a Autoridade Combinada da Grande Manchester decidirão a criação de um novo grupo para levar avante este projeto. «Examinámos uma grande variedade de opções para produzir o relatório sobre esta grande oportunidade que o Manchester United e as autoridades coletivas da área têm para grande crescimento económico e social. No coração deste plano, está um estádio de futebol de classe mundial, que agirá como catalisador de um dos maiores projetos de regeneração já vistos no Reino Unido», anunciou Lord Sebastian Coe, líder da task force. Já Andy Burnham, presidente da câmara da Grande Manchester, fala da «maior oportunidade de remodelação que o país já viu desde os Jogos Olímpicos de Londres 2012»: «A nossa região está numa posição única. Crescemos mais rápido que a média do país e temos sistemas inovadores para criar habitação, mepregos e infrastruturas, que precisamos de garantir.» Um projeto desta magnitude é, então, um plano a longo prazo. «É um plano que vai demorar vários anos a dar frutos, mas, como diz o relatório, é uma das oportunidades mais significativas para renovação urbana na zona e os resultados serão excelentes para Trafford e para as regiões circundantes», diz Liz Patel, Membro Executivo para a Economia e Regenaração do concelho de Trafford. Ainda não há quaisquer estimativas sobre os custos, nem sobre se o Manchester United suportará a totalidade dos custos, mas Sir Jim Ratcliffe investiu, na última semana, 250 milhões de euros para infraestruturas. Será, certamente, insuficiente para um projeto de tamanha magnitude.
