Entradas, saídas, clássico e Farense: tudo o que disse Amorim

Treinador leonino justificou venda de Mateus Fernandes; está na disposição de esperar por Ioannidis e revelou que Hjulmand não está disponível para o jogo de abertura da 3.ª jornada da Liga, frente ao Farense

- Face ao que foram as últimas duas deslocações do Sporting a Faro, com duas vitórias pela margem mínima, espera encontrar dificuldades? Quem é este Farense versão 2024/2025?

- Obviamente que esperamos muitas dificuldades, é sempre difícil jogar em Faro, tudo bem que o estádio vai ser diferente, isso ajuda um bocadinho, porque o campo vai ter as dimensões normais, digamos assim, e isso interfere um bocadinho no jogo, mas conhecemos o treinador, a forma de trabalhar, o espírito que dá à equipa, acho que o Farense melhorou, tem peças diferentes que demoram, por vezes, a alterar certas rotinas de jogo, o Filipe Soares é diferente do Mattheus [Oliveira], é uma velocidade diferente, mas perdeu algumas características que tinha e a equipa tem que se adaptar. Penso que tem centrais que constroem melhor e isso também muda a forma de jogar, mas prevejo um jogo muito difícil, completamente diferente das situações que tivemos na segunda parte do Nacional, e isso foi importante durante a semana não esquecermos isso, uma equipa muito agressiva, jogámos com eles na pré-época, sabemos o espírito daquela equipa e isso é importante levarmos para o jogo, que temos essa mentalidade e depois tivemos algumas coisas também que temos de melhorar, apesar do resultado ter sido muito bom, há muitas coisas que ainda temos de melhorar e, portanto, prevejo um jogo difícil, com um adversário difícil, um treinador que tem mais anos que todos nós no futebol português [risos], mas queremos continuar a ganhar e manter a nossa posição.

- Como está Hjulmand? Se o mercado fechasse hoje, este plantel dava-lhe garantias?

- Sim, o plantel dá garantias, já vivemos fases piores. Tem de nos dar garantias porque não sabemos quais são as surpresas que podem surgir no meio da dificuldade. Por exemplo, volto a falar do Quenda, apareceu porque nós em janeiro passado falámos aqui de um jogador para a ala, que não conseguimos, tentámos, tentámos e não conseguimos, e se calhar se cá estivesse esse jogador o Quenda não tinha o espaço para treinar e para se mostrar, portanto, é olhar um bocadinho para o lado positivo, ainda não terminou e alguma coisa poderá acontecer, ou não, vamos ver. Em relação ao Morten [Hjulmand] não está apto ainda. Nós poderíamos arriscá-lo, mas não estamos nessa fase, acho que temos jogadores de características diferentes, o Morten faz-nos muita falta, é o nosso capitão, mas não podemos arriscar e portanto, ainda não vai estar neste jogo.

- O Sporting perde com a saída de Mateus Fernandes? Acredita que não sairá mais ninguém?

- Não podemos garantir nada, e já aprendi isso, não podemos garantir nada até o mercado estar fechado. O que perdemos é um jogador, um jovem com muito valor que, quanto a mim, tem características para ser um grande jogador, mas em que foram feitas opções. E aí, obviamente, fazemos tudo em conjunto, sentamo-nos numa sala e o Mateus foi um jogador que nos custou muito, mas quando me perguntam se podemos perder o Inácio, digo que não, se podemos perder o Morten [Hjulmand], digo que não. Se temos que aguentar o Viktor [Gyokeres], digo que temos que de aguentar o Viktor e, portanto, temos de fazer escolhas, é muito por aí, nós queríamos muito ficar com o Mateus. E, sinceramente, acho que o Mateus também gostaria de ficar, apesar de ser um grande contrato, de ser uma grande liga, foi um momento difícil para todos, mas volto a dizer, temos que fazer opções e no fim, eu como treinador também as faço.

- O jogo seguinte será com o FC Porto, vai fazer alguma gestão frente ao Farense? Rodrigo Ribeiro e Nuno Santos estão em condições de jogar?

- O Rodrigo já está apto e o Nuno Santos também já está apto. Vão ser ambos convocados. Não, não vou fazer gestão, não há jogo a meio da semana. A melhor maneira de preparar o próximo jogo é ganhando este. Vai jogar a melhor equipa e vamos ter muitas dificuldades para vencer o Farense.

- Hugo Viana esteve em Barcelona, por que não trouxe Vítor Roque?

- Não vou explicar as situações do nosso clube, estamos atentos no mercado a tentar melhorar a equipa, se não conseguirmos a ideia é mantermos os principais jogadores, esse é o foco.

- O Sporting falhou uma segunda opção [Vítor Roque] e está a negociar uma terceira. Quer isto dizer que o clube não pode ficar refém da primeira opção [Ioannidis]?

- Não sei qual é a primeira opção que vocês têm na cabeça [risos]. Obviamente não vou comentar esse aspecto. Há jogadores de posições diferentes, apesar de jogarem na frente, são posições diferentes e características completamente diferentes. Não sabia que estávamos a negociar uma terceira opção, que é uma surpresa para mim. E se é uma surpresa para mim, parece-me muito difícil. Para essa posição que está a falar, volto a dizer, queremos as primeiras opções, às vezes há características diferentes. Muitas vezes conseguimos, outras vezes não conseguimos. Acho que o principal, nestas fases, já tivemos nesta situação, e a experiência ajuda-nos, que é, quando nos sentimos muito apertados, e as pessoas querem muito, e nós queremos muito melhorar a equipa e sabemos que ali, se houver um problema com este jogador ou com aquele, teremos um grande problema, costumamos fazer asneiras. E eu já fiz asneiras, vou tentar não fazer de novo. Estamos a tentar essa primeira opção. Vamos ver se conseguimos, mas começa a haver pouco tempo.

- Mas está na disposição de esperar por Ioannidis até ao fecho do mercado, 3 de setembro em Portugal?

- Estou disposto sempre a esperar o máximo, porque tenho confiança nos meus jogadores, e agora o que interessa é ganhar ao Farense. Acho que temos dado boas respostas, o Rodrigo [Ribeiro] tem dado boas respostas, o próprio Nel deu boas respostas e queremos sempre as primeiras opções.