Um erro da responsabilidade do VAR

O SL Benfica / GD Chaves, que ontem se jogou no Estádio da Luz, foi dirigido por Hélder Malheiro. 

 Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

4' Rafa, em velocidade, colidiu com a perna direita de Vasco Fernandes, que não a movimentou na direção do adversário. Apesar do aparato provocado pelo choque, pareceu mal assinalado o pontapé-livre favorável ao SL Benfica.

12' Entrada negligente de Júnior Pius (pisou o peito do pé esquerdo de Bah) escapou ao escrutínio da equipa de arbitragem. Devia ter sido sancionada com cartão amarelo.

19' Ygor Nogueira cabeceou a bola sem cometer infração sobre Bah. O contacto foi impetuoso, mas fruto de abordagem correta ao lance. Esteve bem o árbitro lisboeta, em lance dentro da área flaviense.

 19' Pisão na ponta do pé, sem continuidade/pressão evidente, é geralmente considerado imprudente, ou seja, a infração existe, mas não pressupõe ação disciplinar. Foi o que aconteceu após abordagem tardia de Rúben Ribeiro sobre o pé de João Neves. Boa decisão de Hélder Malheiro.

22' Júnior Pius foi novamente negligente em abordagem arriscada a lance com Bah. Desta vez, o defesa atingiu o neerlandês com o cotovelo esquerdo no rosto, antes de cabecear a bola. Esteve bem o VAR a propor revisão de jogada na área dos visitantes. Pontapé de penálti bem assinalado e amarelo bem exibido.

 26' O guarda-redes do GD Chaves, Hugo Souza, tinha o pé esquerdo sobre a sua linha de baliza quando Di Maria executou o remate. Foi legal a defesa ao castigo máximo convertido pelo adversário.

31 Hugo Souza, já depois de avisado por Hélder Malheiro, atrasou deliberadamente o recomeço de jogo (no pontapé de baliza). Foi advertido com justiça. 

 45' Hector Hernández foi advertido após infração cometida sobre Rafa. A falta existiu, mas a leitura de que foi negligente pareceu excessiva. 

 45+3' Entrada arriscada, a deslizar pelo solo, de Otamendi sobre Dario Essugo. É verdade que ambos tocaram na bola e que o médio do Chaves também foi "ao choque", mas a abordagem do capitão encarnado (de frente para o adversário, não lateralizada como aquele) atingiu-o com negligência. Amarelo bem mostrado.

56' Rúben Ribeiro cometeu infração sobre João Neves em lance que não pareceu justificar advertência, como entendeu o árbitro da partida.

59' Junior Pius não cometeu falta passível de pontapé de penálti sobre Di Maria. Essa análise era difícil de fazer em campo, mas o vídeo árbitro devia ter informado o seu colega que foi o avançado argentino quem provocou o contacto (pé direito na perna esquerda do nigeriano), para potenciar a ilusão de que tinha sofrido infração. É um expediente cada vez mais comum, com impacto em várias decisões importantes. Erro relevante na partida, diminuído na importância pela (dupla) defesa do guarda-redes flaviense.

65' Defesa correta do guarda-redes do GD Chaves. A repetição do penálti foi, neste caso, inatacável e é fundamental que se perceba porquê: no momento do pontapé, Carraça estava a menos de 9.15m da bola e beneficiou diretamente disso, porque afastou depois o perigo, após defesa do seu colega de equipa. Nessas situações, a intervenção do VAR é, como foi, obrigatória.

 67' Terceira defesa legal do guarda-redes do Chaves, ao terceiro penálti do adversário.

68' Golo legal de João Neves, na sequência de pontapé-livre a punir braço na bola de Dario Essugo. Quando Di Maria cruzou para a área adversária, Arthur Cabral estava em posição irregular, mas não interferiu no jogo nem na ação dos adversários. Tudo certo.

84' Marcos Leonardo, ao tentar a bola, atingiu o pé de Vasco Fernandes, cometendo infração atacante (imprudente). Foi assinalado erradamente pontapé de canto. 

 90+3' Vasco Fernandes, deliberadamente, usou a mão direita para tirar a bola de Rafa, impedindo assim que o adversário prosseguisse jogada prometedora. Amarelo bem exibido. 

Nota - 4