Roma «Donos vieram ao estádio? Espero que se tenham divertido»
O treinador português José Mourinho deixou em aberto a sua continuidade ou saída da Roma, com a qual tem contrato até julho de 2024 mas cuja renovação se eterniza num impasse, no final do encontro diante da Sampdoria de Génova, que a equipa da capital venceu por 3-0, para a 28.ª jornada da Série A.
Questionado sobre se seria esse o motivo da presença dos norte-americanos irmãos Friedkins, proprietários da Roma, no estádio (apressar o ‘selar’ da continuidade de ‘Mou’… ou não), numa altura em que falta pouco mais de uma época para terminar o seu contrato com o clube (junho de 2024) e já após o técnico luso ter sido cobiçado pela Federação Portuguesa de Futebol para a seleção, além de outros eventuais convites, José Mourinho reagiu despreocupado com a saída ou continuidade.
«É o clube deles, podem vir ao estádio quando quiserem. Trabalho para eles, nada tenho de comentar. Fico feliz que eles vieram. E se se divertiram, ainda melhor! ‘Falamos sobre isso na próxima semana [renovação ou saída]? Falamos de quê, do próximo jogo?», ironizou o técnico luso no final, à ‘stampa’ italiana, citado pelo La Gazzetta dello Sport.
Mourinho deixou elogios à prestação de Wijnaldum, avançado internacional neerlandês recuperado de lesão e que apontou o seu segundo golo pela Roma, o primeiro do jogo, além de ter conquistado o penálti que o argentino Paulo Dybala converteu no 2-0.
«Senti que essa boa atuação do ‘Gini’ chegaria. Normalmente não gosto de falar de individualidades, mas neste jogo, quem realmente me satisfez foi o Diego Llorente: há uma evolução contínua dele, jogou muito com Smalling, numa defesa a quatro. O ‘Gini’ fez um grande jogo, mas adorei o Diego Llorente», foi o (pouco habitual, até segundo o próprio) elogio deixado pelo treinador luso aos seus dois pupilos.
Quanto à exibição e goleada, por 3-0, Mourinho foi analítico a retratar a exibição dos que comanda.
«Estou satisfeito, mas a primeira parte, com 11 contra 11 em campo e 0-0, foi… uma frustração. Porquê? Porque criámos duas oportunidades de golo muito claras. No início da segunda parte, após a expulsão [Murillo, da Sampdoria, aos 52’] marcámos, e durante dez a 15 minutos não tivemos a ambição de aumentar a intensidade de jogo para ganhar: eles [Sampdoria] chegaram perto da baliza do Rui [Patrício] sem criar muito perigo, mas aproximaram-se», foi o aviso de Mourinho, visivelmente desagradado com o abaixamento de ritmo dos seus.
«Depois, mudámos. Com o [avançado norueguês] Solbakken mais fresco. E quando Dybala entrou, tivemos mais bola. E vieram os outros dois golos, que, para mim, não têm grande significado: grande significado têm… os três pontos», concluiu o técnico.