O ex-CEO da SAD do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, que deixou da Luz no final de setembro ao fim de quase 20 anos como gestor das águias, já está a trabalhar em Jeddah, cidade saudita onde está a sede do Al-Ittihad, um dos quatro maiores clubes do país. Soares de Oliveira ocupou no início da semana o posto de comando deste novo desafio que é gerir o Al-Ittihad, um dos quatro clubes detidos em 75 por cento pelo Fundo Soberano saudita, juntamente com o Al-Hillal (de Jorge Jesus), Al-Ahli e Al Nassr (de Cristiano Ronaldo e Luís Castro). O Al-Ittihad, cuja equipa é treinada no campo pelo português Nuno Espírito Santo, passa assim a ter outro português na liderança, ainda que nos gabinetes de gestão. Soares de Oliveira foi contratado para CEO do clube que, ainda no campo, conta como estrelas como Karim Benzema, N’golo Kanté, Fabinho, ou ainda outro português, Jota (ex-Benfica e Celtic), todos recrutados no último verão. O presidente do clube, Anmar Al-Haili, mostra-se determinado a investir em mais estrelas no futuro, que possam rivalizar com Cristiano Ronaldo ou Neymar. «Este ano são permitidos sete jogadores estrangeiros, na próxima época serão oito», lembrou recentemente o líder do Al-Ittihad. «Vimos o que a chegada de Cristiano Ronaldo veio acrescentar ao campeonato. É importante manter a sustentabilidade, mas não temos dificuldades em atrair grandes nomes. Como adepto, exigiria que a direção trouxesse para o meu clube jogadores desse nível», disse ainda Anmar Al-Haili. Para que tudo seja possível, o presidente do Al-Ittihad reconhece, como não podia deixar de ser, que é fundamental o apoio do governo saudita. «Estamos a desenvolver o futebol saudita, confio no ministro do Desporto [o príncipe Abdulaziz bin Turki Al-Faisal]», disse em declarações recentes. É, pois, Anmar Al-Haili o responsável pela contratação de Domingos Soares de Oliveira para o lugar de CEO do clube de Jeddah. Nesta aventura saudita, Soares de Oliveira faz-se acompanhar da mulher e de um dos filhos, que passam igualmente a residir na segunda maior cidade da Arábia Saudita, atrás da capital Riyad. O facto de ser banhada pelo extenso Mar Vermelho (ao contrário de Riyad, que está no interior) torna a cidade de Jeddah numa das mais cosmopolitas e agradáveis da Arábia Saudita. Tem quase quatro milhões de habitantes e alia a modernidade à preservação da antiguidade. Um dos pontos de maior interesse na cidade é, sem sombra de dúvida, a construção daquele que será o mais alto edifício em todo o mundo, a Jeddah Tower, cujas obras estiveram paradas praticamente desde 2018, mas prometem arrancar, de novo, a todo o vapor muito brevemente. A Jeddah Tower terá mais de um quilómetro (!!!) de extensão até aos céus e tinha, no início, um custo estimado de mais de um pouco mais de mil milhões de euros A construção da Jeddah Tower, projetada pelo arquiteto norte-americano Adrian Smith (que também projetou o Burj Khalifa, no Dubai, que é ainda o edifício mais alto na terra, com 828 metros), foi interrompida em 2018, logo após a detenção do bilionário Al-Waleed bin Talal, proprietário da Kingdom Holding, empresa que iniciou a obra. Nessa altura, menos de terço da estrutura estava concluída. Quando for terminada, a Jeddah Tower será, pois, com mais de um quilómetro, o edifício mais alto da terra (superará em 180 metros o Burj Khalifa, do Dubai) e será muito mais do que um lugar para morar ou trabalhar. Promete ser um centro de atividade económica para rivalizar com o edifício da cosmopolita Dubai; terá hotel de luxo, escritórios, espaços residenciais, áreas comerciais, e um observatório, a cerca de 700 metros de altura, que enriquecerá, igualmente, esta fundamental atração para a Arábia Saudita e mais este exemplo de engenharia e inovação.