Áustria Viena-FC Porto, 1-3 Destaques dos dragões: bela homenagem de Gonçalo Borges a Quaresma
Fabuloso golo de trivela do extremo portista, a tirar oxigénio aos austríacos; capitão Alan Varela a comandar o meio-campo, Namaso a criar estímulos e Nico González já conhece o golo de cor
Alan Varela
Entrou com a braçadeira de capitão na ausência de Fábio Cardoso, confirmando-se a sua ascensão na hierarquia do grupo. O argentino foi igual a si próprio, criterioso, com dinâmica, e boas decisões, apesar de tudo à sua volta parecer estar a arder. Mesmo num onze com várias experiências, não vacilou, cumpriu muito bem o seu papel de patrão.
Gonçalo Borges
Alvo de muitas entradas duras, teve um bom cruzamento no início do jogo, mas Galeno não chegou a tempo de fazer a emenda. Não estava a conseguir explanar na plenitude o seu futebol até surgir o momento mágico da partida: um remate de trivela, a lembrar Quaresma, que fez a bola entrar no canto superior direto da baliza austríaca. Um golo monumental a premiar a sua persistência e que o elevou a figura do ensaio. Mas não se ficou por aqui: o terceiro golo portista, de Nico González, saiu de um cruzamento milimétrico de Gonçalo Borges.
Nico González
Grande golo de cabeça do espanhol, que também tinha marcado ao Al Arabi. Entrou forte, aproveitando bem os espaços que lhe foram oferecidos pelo opositor, dinamizando um meio-campo que até então denunciava em certo conservadorismo.
Namaso
O inglês pode ser um caso sério, esta época. Não marcou, é certo, mas com ele o FC Porto ganhou mais poder de tração, mais iniciativa e tornou-se uma equipa dominadora e autoritária. Deu-se ao jogo, divertiu-se em tabelas que iludiram a defesa austríaca, convocou os companheiros para atacar sem piedade a baliza adversária. Na ala ou a fugir para o meio foi um pequeno diabo a minar a coesão do Áustria de Viena.
Samuel Portugal – Sem trabalho durante a primeira parte, sofreu o golo no último segundo antes do intervalo. Um momento frustrante para o brasileiro, que não teve a melhor proteção do seu bloco defensivo – na circunstância até foi Galeno a não se opor de forma efetiva ao autor do golo, Galvão.
Gabriel Brás – Deslocado para a direita, em claro desconforto, o que para o caso o estimulou a procurar soluções para travar o extremo contrário – é também para isso que servem os testes de pré-temporada.
Zé Pedro – É um central capaz e com velocidade. Falta-lhe algum poder de impulsão. Fica ideia de que no golo do Áustria de Viena, independentemente do erro crasso cometido por Galeno, a bola não devia ter chegado tão longe. Ainda assim, dos melhores do FC Porto no controlo dos espaços defensivos, justamente porque impõe a sua velocidade e rapidez de raciocínio.
Otávio – A mesma ideia em relação a Zé Pedro aplica-se ao ex-Famalicão. É forte nos duelos pelo chão, precisa de crescer em matéria de eficácia no jogo aéreo. Teve adversários mais capazes no ataque à bola e aprendeu muito com este jogo.
Martim Fernandes – Voltou à ação depois de recuperar de uma entorse no joelho esquerdo, sofrida no Olival, mas jogou fora da posição original, no lado esquerdo da defesa, e sentiu esse peso. Entrou a frio, com uma perda de bola aproveitada por Fisher para fazer disparo ameaçador. Na segunda parte, novo erro, num passe perigoso, mas na reta final do jogo surgiu perigoso na área e rematou ao poste.
André Franco – Bem a aparecer na pequena área para marcar de cabeça, após boa assistência de Navarro. Tirando esse lance, importante na história do jogo, pouco se deu por ele, especialmente na construção de jogo ofensivo.
Iván Jaime – Suplente utilizado frente ao Al Arabi, onde se destacou, teve, desta vez, atuação mortiça, sem notas altas. O Áustria de Viena povoou muito, e bem, a zona do meio-campo, reduzindo-lhe espaços e o espanhol não encontrou soluções para se libertar do cerco.
Fran Navarro – Cruzamento, à segunda tentativa, pleno de sucesso para André Franco, de cabeça, marcar o primeiro golo do FC Porto. Bem o espanhol a sair da marcação para aparecer onde o adversário menos contava.
Galeno – Num canto, já com o intervalo a chamar, perdeu a sua referência de marcação, deixando Galvão livre para bater Samuel Portugal. Uma distração defensiva penalizadora, mas não tanto como a sua atuação global, abaixo do esperado, mesmo nesta fase de preparação.
João Mário – Rendeu Gabriel Brás e o lado direito do FC Porto ganhou asas. Com a estrutura mais forte em campo, o lateral trouxe chama ao ataque.
David Carmo – Substituiu Otávio e entrou na melhor fase da equipa e na pior do adversário. Tudo tranquilo.
Grujic – Trouxe mais solidez a um setor que cresceu com a entrada de matéria-prima de maior qualidade.
Gonçalo Sousa – Pouco tempo para se mostrar.
Vasco Sousa – Boa iniciativa individual, a romper na área e a passar por três adversários antes de centrar. Um defesa austríaco afastou o perigo.