Destaques do Sporting: um minuto é uma eternidade para um relâmpago como Gyokeres
Gyokeres fez o 11.º bis da temporada no Dragão (FOTO: GRAFISLAB)

Destaques do Sporting: um minuto é uma eternidade para um relâmpago como Gyokeres

NACIONAL28.04.202423:42

Primeira abordagem dos leões ao clássico denunciou uma equipa cheia de equívocos; mas, esperem: afinal Rúben Amorim tinha guardado os trunfos no banco!; Com Morita, Nuno Santos e Edwards a darem à corda, o relógio sueco despertou mesmo a tempo

A figura: GYOKERES (8)

Impressionante! O Sporting não é só Gyokeres, mas é com o sueco em campo que os leões recuperam a sua matriz mais forte. Não foi por felicidade, como sugeriu Zé Pedro, que o ponta de lança alcançou a proeza de marcar dois golos no espaço de um minuto, silenciando (à exceção da bancada reservada aos adeptos leoninos) o Dragão. Com as alterações promovidas por Rúben Amorim, a equipa tornou-se mais autoritária e dominadora: aqueles 60 segundos entre um golo e outro traduziram esse domínio do Sporting em grande parte do segundo tempo. Um minuto é uma eternidade para um relâmpago como o sueco, que soma 40 golos e alcançou o 11.º bis da temporada! Notável.

FRANCO ISRAEL (4) - Tremendo erro de cálculo no 1-0. Um passe sem nexo do uruguaio foi parar aos pés de Francisco Conceição e depois de Pepê, logo dois fantasistas que não precisam de muito espaço para espalhar miséria nos adversários. Completamente exposto no segundo golo, evitou o terceiro perto do intervalo, ao deter remate de Francisco Conceição

ST. JUSTE (5) - Anulou Galeno, mas o primeiro amarelo por empurrão sobre a sua referência de marcação fez soar os alarmes. Uma segunda falta dura convenceu Amorim de que o central não iria terminar o jogo. Não foi uma substituição agradável, mas a mudança era necessária.

COATES (4) - Vítima do caos provocado por Israel na área leonina. Ainda tentou remediar o erro do guardião, mas foi muito à queima para cima de Pepê e o passe do brasileiro entrou mesmo para Evanilson faturar. Já no segundo golo dos dragões, a responsabilidade do capitão está lá toda, no modo como abriu uma autoestrada a Pepê, em vez de fechar a porta ao brasileiro.

DIOMANDE (4) - Arranque de jogo penoso, com a ansiedade a subir para níveis proibitivos depois do golo do FC Porto – sobretudo pela forma como surgiu, sem que ele tivesse culpa. Acalmou aos poucos, mas a história do jogo tirou-o da equação aos 61’ perante a necessidade que o Sporting teve de dinamizar o seu futebol e arriscar mais para chegar ao golo.

GANY CATAMO (6) -Não fez um jogo fantástico, mas apareceu no melhor momento do Sporting, com papel determinante no golo do empate, ao intercetar o passe defeituoso de Nico González para convidar Edwards e depois Gyokeres a dar o golpe nos dragões. 

HJULMAND (5) - Um toque de génio de Martim Fernandes sentou o dinamarquês. E não é fácil sentar Hjulmand! O problema começou a montante – perseguição fútil de Bragança – e terminou com Pepê a celebrar o golo. Muito mais em jogo com Morita em campo, ajudou o Sporting a criar ascendente sobre os dragões.

DANIEL BRAGANÇA (4) - Ficou no balneário ao intervalo, para um duche retemperador. Muito otimista quando confrontado com a fuga do intrépido Martim Fernandes. Podia e devia ter abordado de forma a não dar ao lateral tanto espaço de manobra.

GONÇALO INÁCIO (6) - Último homem a fechar o quarteto de médios. Posicionou-se no lado esquerdo, para encurtar caminhos a Francisco Conceição. Percebeu-se a ideia de Amorim: expor o menos possível Diomande aos dribles do portista. Não resultou na plenitude. Voltou a central com a saída de Diomande, contribuindo para a melhor fase do Sporting e com um passe fantástico convocou Nuno Santos para este assistir Gyokeres no 2-1.  

TRINCÃO (5) - Procurou espaços interiores para fazer aquilo que os laterais portistas não lhe concederam no corredor. Porfiou, lutou, deu imenso de si nos reequilíbrios que o Sporting fez no ataque para tomar conta do jogo e, num estalar de dedos, empatar o clássico.

PAULINHO (5) - Uma referência mais fixa de área torna a matriz do ataque do Sporting completamente diferente. Paulinho não é Gyokeres, não tem a facilidade de surgir numa ala e desenhar as diagonais que tornam o sueco um terror para as defesas. Um cabeceamento perigoso, aos 16’, após canto de Pote, foi pouco, mas também diz muito sobre a solidez da defensiva portista.

PEDRO GONÇALVES (6) - O primeiro leão a responder ao golo portista, num bom movimento para remate às malhas laterais da baliza do FC Porto, dando a ideia de que Diogo Costa controlou a trajetória da bola (10). Voltou a convocar a atenção de Diogo Costa aos 69’, num pontapé de muito longe.

EDUARDO QUARESMA (7) - Trouxe ao eixo da defesa dos leões o controlo emocional que começava a ser ameaçada com os ímpetos de St. Juste. Jogo personalizado e quase sem erros.

NUNO SANTOS (8) - Caso para dizer que o ouro estava no banco. Ganhou ainda mais ânimo com os assobios da plateia e com ele o lado esquerdo do Sporting ganhou uma dimensão que o FC Porto, de certa forma, desprezou. Excelente o cruzamento para Gyokere reduzir, mas acima de tudo excelente na atitude e entrega.

MORITA (7) - Se estava desarrumado o meio-campo do Sporting, depressa as peças começaram a encaixar com o japonês em ação, perante um adversário que já acusava fadiga na zona das ideias.

EDWARDS (5) - A nota só não é mais alta pela expulsão. Saltou do banco para assistir Gyokeres, uma entrada perfeita manchada pelo vermelho num desentendimento com Galeno. Mas que foi arma com pólvora, isso foi.