Destaques do Sporting: escreve-se Quenda, mas lê-se diamante puro
Quenda foi surpresa no onze e, diga-se, passou com distinção no teste (Miguel Nunes)

Sporting-Athletic, 3-0 Destaques do Sporting: escreve-se Quenda, mas lê-se diamante puro

NACIONAL27.07.202423:05

Esquerdino foi a surpresa de Amorim no onze, jogou na lateral direita, teve liberdade para subir e que bem se saiu. Debast deixou boas indicações no eixo

Geovany Quenda

Foi a surpresa no onze, ocupou-se do lado direito e, diga-se, deu excelente dinâmica ao corredor, com arrancadas estonteantes, de um jovem irreverente (17 anos feitos há três meses) que quer mostrar que a aposta em si não é em vão. Jogou, fez jogar, tentou marcar e encantou as bancadas com bons pormenores técnicos — aquela receção de calcanhar fez ecoar bruás no estádio —, sempre a jogar de cabeça levantada, seguro nas suas ações e feliz, muito...

Trincão

Após uma época em que foi de menos a mais, o esquerdino arranca para 2024/2025 com o estatuto de titular indiscutível. Ao longo da pré-época tem mostrado excelente forma física, prova disso foi a arrancada de ontem, a cinco minutos do apito final, para marcar o terceiro golo dos leões. Antes, mão cheia de lances influentes, um remate em arco a rasar o poste direito, uma ajudinha a defender e, mesmo cansado, nunca vira a cara à luta.

Pedro Gonçalves

Dono das bolas paradas, aos 10 minutos, na marcação de um livre colocou a bola milimetricamente na área, mas Padilla afastou com os punhos. Na jogada seguinte, numa transição rápida, recebeu a bola de Gyokeres e não desperdiçou a oportunidade para faturar, curiosamente tal como havia acontecido na última edição do Troféu Cinco Violinos, em que abriu o marcador. Ainda se envolveu em várias ações ofensivas de perigo para os espanhóis.

Debast

Foi o primeiro jogo do belga à vista dos adeptos e, decerto, ficaram com água na boca com o que viram. Presença imponente no eixo da defesa, com bom entendimento com Kovacevic, a falarem várias vezes. É certo que correu alguns riscos, que à primeira vista até pareceram desnecessários, mas a mostrar grande personalidade em campo. Controlou bem os movimentos no seu raio de ação, mostrando já dinâmicas bem agradáveis.

Kovacevic — Voltou a mostrar grande à vontade na comunicação com os seus parceiros. À passagem da meia hora fez defesa apertada a remate de Iñaki Williams; aos 51', o remate de Berenguer saiu-lhe à figura e esteve muito bem a  sair de entre os postes para antecipar-se a Williams (63'). Foi bonito de ver, no final do jogo, o abraço que deu a Franco Israel.

Eduardo Quaresma — Está claramente em crescendo nos jogos de pré-época. Acabou a central, ao lado de João Muniz, mostrando-se muito confortável, atento a todas as movimentações no seu raio de ação e fisicamente, diga-se, correspondeu bem ao facto de ter jogado os 90 minutos. 

Gonçalo Inácio — Sempre atento no seu metro quadrado, conferindo grande segurança à equipa, ainda teve algumas incursões à área adversária, com perigo, diga-se. Primeiro  tentou um desvio de cabeça, lance resolvido pela defesa, depois, de novo através de um cabeceamento, acertou na trave.

Hjulmand — Num jogo de emoções, depois de ter recebido a braçadeira de capitão das mãos de Coates, fez exibição à sua imagem: recuperou muitas bolas, fez transição para o ataque, fazendo valer-se de excelente capacidade de leitura e jogo, como foi aquele lance aos 61', ao abrir na direita para Quenda assistir Trincão, que rematou em arco.

Morita — 'Au point'! É assim que  o japonês está em vésperas de arranque da época. Sempre seguro das suas ações, com precisão de passe e (muitas) recuperações de bola. Um rochedo no miolo.   

Geny Catamo — Fez de Nuno Santos, na ala esquerda, com incursões de bom nível. Logo a abrir o jogo lançou Gyokeres em profundidade um par de vezes; aos 19', apareceu ao segundo poste a rematar cruzado, sem a melhor direção, após passe de Quenda, que repetiu a dose aos  23', com Catamo a rematar ao lado. Rendido ao intervalo, surgiu depois  no banco com gelo na coxa esquerda.  

Gyokeres — Esteve praticamente dois meses parado, ontem cumpriu 59 minutos a ritmo elevado. Fez a assistência para o golo de Pedro Gonçalves, pelo corredor central, a colocar na perfeição a bola na esquerda. Respondeu a chamadas de Catamo; um remate à figura de Padilla; respondeu bem a cruzamento de Quenda, mas a bola bateu num adversário e viu um amarelo por reclamar penálti.

Fresneda — Somou 45 minutos em ritmo competitivo, sabendo que Amorim estava a testá-lo. Boa combinação com Pedro Gonçalves, aos 60', com a bola a escapar pela linha de fundo. 

Rodrigo Ribeiro — Esteve envolvido no lance do último golo. Recém-entrado, tentou marcar, mas podia ter tido melhor decisão. 

Franco Israel — Bom pormenor a negar golo a Javier Martón, em cima do minuto 90, após desatenção defensiva. 

Matheus Reis — Teve uma entrada mais dura e foi avisado por Tiago Martins, que num jogo oficial seria admoestado, depois foi um ás de trunfo: duas assistências .

João Muniz — Nota positiva em 20 minutos em campo, a mostrar bom entendimento com Quaresma.

Daniel Bragança — Entrada de leão, com excelente trabalho a leva a bola até à entrada da área e, no limite, a meter em  Matheus Reis, que deu o golo a Edwards.

Edwards — Assinou o segundo golo. Numa jogada que nasceu nos pés de Fresneda a lançar Daniel Bragança que fletiu para o centro, deu na esquerda para Matheus Reis tocar para a boca da baliza, onde o camisola 10 só teve de meter o pé.

Mateus Fernandes — Um médio interior com grande facilidade no transporte de bola e em chegar a zona de finalização, está a fazer pela vida. Um passe a rasgar para Rodrigo Ribeiro na esquerda, a tirar adversário do caminho, e a dar a Matheus Reis, que deu o golo de bandeja a Trincão. Grande canto, aos 87', a levar Matheus Reis a obrigar Padilla a defesa apertada.