Destaques do Benfica: velocidade furiosa de Rafa e o arco do triunfo de Di María
João Neves a encher o campo, acompanhado pelo turco Kokçu
MELHOR EM CAMPO
DI MARÍA 8
Mais uma pincelada de classe de Di María na liga portuguesa, com um golo de belo recorte técnico, fazendo anichar a bola no fundo da baliza do Vizela após a execução de um livre direto de forma irrepreensível. A primeira meia hora do internacional argentino foi verdadeiramente desconcertante, com sucessivas investidas do flanco direto a fletir para o corredor central, sempre com muita velocidade e técnica à mistura. Mas a ação do craque do Benfica não se cingiu apenas ao golo apontado. Jogou, fez jogar, criou linhas de passe para os companheiros e numa delas deixou mesmo Rafa na cara de Buntic, mas o português não foi lesto a dar a sequência ao lance. Di María continua a ser letal no último terço do terreno e uma das pedras mais importantes que Roger Schmidt terá para atacar as provas a nível interno e a Champions League.
TRUBIN (6)
Estava a ter uma noite absolutamente tranquila na sua estreia pelo Benfica e nem sequer o equipamento tinha sujado, quando foi chamado a defender um penálti, a punir derrube de Aursnes sobre Essende. O guarda-redes do Benfica ainda tentou desestabilizar Samu, mas o português revelou enorme frieza e não perdoou. De resto, teve um jogo em que praticamente não defendeu, limitando-se a observar os seus companheiros da defesa e do meio-campo a controlarem sempre as ações atacantes do Vizela.
BAH (6)
Recuperado de uma lesão no pé sofrida ao serviço da seleção dinamarquesa, o lateral-direito avançou para o onze e rubricou uma exibição segura, sem desequilíbrios a defender e com vocação atacante, mormente na primeira parte. Sempre acutilante quando procurou cruzar junto à linha de fundo, não dando veleidades a Matias Lacava.
ANTÓNIO SILVA (7)
Poderoso no poder de antecipação, o jovem central do Benfica também se exibiu em grande plano em Vizela. Travou um duelo interessante com o francês Essende, tendo ganho a maioria dos lances ao possante ponta de lança da equipa minhota. Além disso, saiu muitas vezes com a bola jogável e sempre de cabeça levantada à procura de colegas melhor posicionados no terreno.
OTAMENDI (6)
Não se notou qualquer défice físico do internacional argentino, que esteve ao serviço da seleção argentina durante a pausa das seleções. Voluntarioso, esteve sempre atento às movimentações do trio atacante da formação nortenha, fazendo dobras sempre que preciso a Aursnes. Na segunda metade do encontro, precisamente quando o assédio do Vizela se intensificou, comandou as tropas na retaguarda, ajudando a segurar uma preciosa vantagem de um golo até ao final do encontro.
AURSNES (5)
Estava a fazer um jogo muito competente e acaba por ser penalizado na nota devido ao facto de cometido o penálti sobre Essende e, dessa forma, obrigado a equipa a um esforço redobrado na reta final do encontro. Mas o polivalente jogador do Benfica, de resto, cumpriu a preceito a missão que lhe foi confiada por Roger Schmidt, fazendo uma vez mais bem o papel de lateral-esquerdo.
KOKÇU (7)
A roleta turca. O jogo da equipa passou quase sempre pelos seus pés durante a primeira parte. Com uma boa qualidade de passe, quase sempre teleguiados, o internacional turco foi um autêntico pulmão na equipa encarnada, ganhando bastante duelos individuais e sendo o responsável pelo lance que originou o primeiro golo do Benfica. Ainda colocou Rafa na cara do golo e teve o ensejo de marcar num livre, mas o esférico saiu a rasar a barra da baliza de Buntic.
JOÃO NEVES (7)
Pequeno em tamanho, enorme a jogar. Que classe do jovem formado no Seixal, numa exibição de imensa chama, vontade e sempre com sede de protagonismo. Está em campo como se fosse um veterano nestas andanças, com uma visão de jogo que impressiona. A bola sai sempre redondinha dos seus pés, consegue pautar o ritmo do encontro e com enorme clarividência, sabendo exatamente o que é necessário para abrandar ou acelerar o jogo.
RAFA SILVA (8)
Quando engata não há quem o pare. E foi assim em Vizela no lance que culminou com o primeiro golo. Lançado por Kokçu em profundidade, aproveitou uma hesitação enorme de Bruno Wilson, e meteu a quinta velocidade, servindo Musa no coração da área para o 0-1. Logo depois teve nos pés a hipótese de fazer o segundo do Benfica, mas chegou um tudo ou nada atrasado a um passe de Di María. Na segunda parte intensificou o seu poder de desequilíbrio e teve duas vezes na cara do guarda-redes contrário, mas não conseguiu faturar.
JOÃO MÁRIO (6)
Nem sempre esteve encostado ao lado esquerdo, fletindo com frequência para o corredor central. Fez pelo menos dois passes magistrais para o desvio no coração da área encarnada, mas os mesmos não tiveram o devido acompanhamento dos companheiros de ataque.
MUSA (6)
Sem Gonçalo Ramos ganhou mais notoriedade e tem sempre faro de golo. Em Vizela não defraudou as expetativas e voltou a marcar, na sequência de mais uma assistência (quarta da época) de Rafa. Muito abnegado, não limitou o seu trabalho em campo a ações ofensivas, ajudando quando foi necessário a defender.
Suplentes
CHIQUINHO (6)
Deu um maior equilíbrio ao meio-campo quando o Vizela soltou-se de algumas amarras e procurou de forma incessante chegar ao empate. O médio conseguiu aniquilar algumas transições do adversário, evitando males maiores para o Benfica.
NERES (-)
Entrou com a missão clara de ganhar espaço e partir para a baliza contrária, mas os seus intentos foram travados pela bravura do Vizela.
ARTHUR CABRAL (-)
Tentou tirar partida da sua compleição física nos duelos com os adversários diretos, mas não teve grandes oportunidades para marcar.
FLORENTINO (-)
Roger Schmidt quis segurar literalmente a vitória na ponta final do jogo e lançou mais um médio de caraterísticas defensivas. E o jovem da formação encarnada ajudou a garantir o 2-1.