Destaques do Benfica: poucas ideias para tantas cabeças e Arthur a crescer
Caminho para a vitória frente ao Chaves apontado por João Neves e Aursnes, dois jogadores deslocados das posições de origem; entrada de Arthur Cabral transformou a equipa para muito melhor
(7) JOÃO NEVES - O melhor em campo
Amarrado no flanco direito por imposição das ausências por lesão e da alteração do desenho tático da equipa, João Neves bateu de frente com a velocidade de Bruno Langa e não se deu nada mal. Ganhou a maioria dos duelos, teve capacidade para garantir solidez defensiva e ao mesmo tempo colocar no relvado algumas das poucas ideias de ataque da equipa encarnada. Numa delas, num lance individual, passou por Bruno Langa e Sandro Cruz e cruzou atrasado, oferecendo o primeiro golo. Também foi ele quem ganhou o penálti que resultaria no segundo golo. Neves foi decisivo. Na prática ganhou um jogo muito complicado e em que o Benfica não poderia voltar a falhar.
(5) Trubin — Praticamente sem trabalho, mas não se livrou de alguns calafrios. Ainda tocou com os dedos na bola rematada por Langa e que bateu com estrondo na trave do Benfica (61’).
(6) António Silva — Foi muito competente a tapar as costas de João Neves no flanco e autoritário no setor. Aos 53’ fez um corte soberbo a cuzamento de João Correia que levava a bola direitinha para a cabeça de Hector.
(6) Otamendi — Sólido a defender e um dos primeiros a transmitir sinais de intensidade para a equipa. Aos 36’ fez, de muito longe, o primeiro remate enquadrado das águias; aos 76’ recuperou bola, correu para o ataque e ele próprio finalizou o lance com um remate ao lado do poste.
(5) Morato — Sereno a defender, intencional no passe e um remate de cabeça por cima da trave, aos 19’, e na sequência de um canto.
(6) Florentino — Sempre bem posicionado para a recuperação da bola ou para o apoio aos companheiros. Ponto de equilíbrio ao centro e com algumas boas tentativas para esticar o jogo da equipa. Grande combinação com Aursnes e Di María, aos 37’, na área do Chaves e que o argentino finalizou com remate torto por cima da trave.
(6) João Mário — Exibição sem erros, mas de risco zero, com poucas ideias e apenas critério no passe, mas em zonas muito afastadas da baliza do Chaves. Porém, converteu com frieza o penálti e com isso ganhou tranquilidade para a equipa jogar até final da partida.
(6) Aursnes — Dos poucos a conseguir ser vertical e a atacar a profundidade. Foi ele quem canalizou o ataque do Benfica durante a primeira parte inteira. Fez cruzamentos, tentou o remate e foi recompensado com a felicidade de estar no momento e no sítio certos para marcar o primeiro golo dos encarnados. Não foi brilhante, mas fez uma boa exibição. Mais uma.
(4) Di María — Fez muitos passes que ameaçavam poder causar perigo, mas invariavelmente eles bateram nas pernas dos adversários ou saíram desviados pelo vento forte. Os livres também ficaram na barreira ou passaram muito acima da trave. O argentino bem tentou fazer a diferença, mas sem sucesso e fez um jogo insuficiente para o que a equipa precisava.
(4) Gonçalo Guedes — Muito dinâmico, a querer ter bola sempre, mas por outro lado também esteve demasiado ansioso e acabou por fazer quase tudo em esforço, com pouco ou nenhum critério. Surgiu poucas vezes em zonas de finalização, perdeu quase todos os duelos no 1 contra 1. Deu o melhor, de forma valente, mas não foi feliz. Nota-se que ainda lhe falta ritmo competitivo para ser mais influente.
(4) Rafa — Pode queixar-se de ter sido marcado de forma impiedosa pelos adversários, mas o avançado tem qualidade para encontrar soluções e, neste jogo, a verdade é que não as encontrou e a equipa precisou bastante dele. Sem espaço entre as linhas do meio-campo e da defesa do Chaves, Rafa baixou para ter mais bola, mas não fez nada de extraordinário com ela.
(6) Arthur Cabral — Transformou para muito melhor o ataque do Benfica. Trouxe presença física na área do Chaves e até, de forma mais abrangente, no meio-campo ofensivo, Conseguiu ter e guardar bola para jogar com os companheiros, deu-se ao jogo, procurou o remate, jogou com intensidade e apareceu a rematar à baliza no lance do primeiro golo. Fez um grande passe para Musa marcar, mas o croata partiu de situação irregular e o golo foi invalidado.
(4) Tengstedt — Entrou para atacar pelo flanco esquerdo, mas teve pouca bola e pouco envolvimento no jogo.
(5) Musa — Um golo anulado por posição irregular e mais um remate ao lado do poste. Entrou com vontade e rapidamente marcou a sua posição neste jogo.
(5) Chiquinho — Qualidade a circular a bola e solidário a defender, acabando por ser importante para inviabilizar algumas tentativas de transições dos flavienses.