Destaques do Benfica: Marcos precisa de pouco quando parece ter de fazer sempre mais
Jovem avançado brasileiro saltou do banco para o primeiro bis de águia ao peito
MELHOR EM CAMPO: MARCOS LEONARDO (8)
Foi a entrada do jovem avançado brasileiro que virou o jogo a favor do Benfica. Logo ao primeiro toque na bola conseguiu o empate, e a finalização não era nada fácil, ainda para mais de pé esquerdo. Tem o dom de criar perigo com muito pouco, e foi isso que ficou bem patente no golo que valeu o primeiro bis de águia ao peito. Já leva sete golos pelo Benfica e alimenta a discussão em torno da titularidade: precisa de sair do banco para ser influente, ou a influência justifica a confiança firme que Tengstedt e Arthur Cabral já mereceram?
Trubin (5)
Começou por justificar o aplauso ao negar um golo a Ricardo Horta, mas depois não ficou isento de culpa no golo do capitão bracarense. É verdade que Banza tapa-lhe a visibilidade (em posição legal), mas num contexto em que o guarda-redes do Benfica já mostrou fragilidade anteriormente. Compensou, pouco depois, com a mancha que impediu que Alvaro Djaló fizesse o segundo golo visitante.
Bah (5)
Aproveitou um pontapé de canto para aparecer cedo no ataque, a servir Arthur Cabral para um remate à trave. Esteve seguro defensivamente, mesmo perante Ricardo Horta, mas foi substituído por Carreras logo no início da segunda parte, e ao sentar-se no banco deixou transparecer limitações físicas.
António Silva (6)
O registo discreto permitiu-lhe fazer a exibição mais positiva do quarteto defensivo titular, nomeadamente na missão de controlar o poder físico de Simon Banza, que esteve pouco em jogo.
Otamendi (5)
Sente dificuldades quando a equipa está alongada no terreno de jogo e dá espaço ao adversário. Daí que tenha sofrido sobretudo com Alvaro Djaló. Com uma entrada de carrinho completamente falhada, viu-se batido pelo espanhol no lance do golo bracarense, e ainda o viu fugir depois num lance em que Trubin evitou o segundo tento visitante. O argentino teve ainda um lance em que atingiu Zalazar com o cotovelo, mas o árbitro entendeu que a situação, que deixou marca na cara do uruguaio, foi involuntária.
Aursnes (5)
Cedo mostrou disponibilidade física para aparecer em terrenos adiantados e combinar com David Neres, mas poucas vezes definiu bem os lances no último terço. Na segunda parte, com a entrada de Carreras para o lugar de Bah, matou saudades do lado direito da defesa.
Florentino (6)
Exibição em crescendo. Sentiu-se mais confortável na segunda parte, quando a equipa estava mais balanceada para o ataque e as suas recuperações de bola foram importantes para manter o SC Braga remetido ao meio-campo defensivo.
João Mário (7)
À semelhança do que sucedeu com Florentino, esteve claramente melhor na segunda parte. Mais adiantado no terreno e, consequentemente, mais perto da baliza. É de um remate seu, intercetado por Cher Ndour, que nasce o empate.
Di María (8)
Praticamente tudo o que o Benfica construiu, do ponto de vista ofensivo, passou pelos pés do argentino. Colocou Matheus à prova em três ocasiões, mas o ponto alto da exibição foi o cruzamento delicioso para Neres assinar o segundo golo benfiquista. Voltou a sair nos minutos finais, ovacionado pelo público da Luz.
Rafa (4)
Recuperou a titularidade, mas não a justificou. Tirando um remate a fechar o primeiro quarto de hora, intercetado por Niakaté, nunca conseguiu libertar-se da marcação atenta de Cher Ndour. Não conseguiu descobrir espaço no corredor central e estabelecer combinações com os parceiros de ataque.
Neres (7)
Muito ativo nos minutos iniciais, pela esquerda, perdeu depois algum fulgor, mas na segunda parte recuperou dinâmica e até apareceu algumas vezes perto de Di María. Aproveitou um cruzamento do argentino para virar o resultado a favor do Benfica.
Arthur Cabral (5)
Não conseguiu dar continuidade à boa exibição de Faro. Batalhou, é certo, e até procurou sair da zona de ação dos centrais bracarenses, mas desta vez o mais perto que esteve do golo foi um remate à trave, logo ao minuto 10.
Carreras (7)
Não manteve a titularidade, depois do golo e da boa exibição frente ao Farense, mas foi o primeiro a saltar do banco (52’) e aproveitou para somar mais pontos junto do treinado e dos adeptos. Viu Matheus negar-lhe um golo, mas ainda fez o lançamento para o 3-1 e, acima de tudo, deu novas dinâmicas à equipa do lado esquerdo. Dá largura mas também faz a equipa jogar mais por dentro, ora através de passes interiores, ora aparecendo ele próprio pelo meio.
Kokçu (6)
Rendeu Rafa e contribuiu para a melhoria da equipa, que ganhou uma maior capacidade de exploração do corredor central. Puxou Neres e João Mário para o jogo, por exemplo.
Rolheiser (-)
Entrou para permitir a ovação a Di María.
Tiago Gouveia (-)
Ainda foi a tempo de sofrer uma entrada dura.