Benfica-FC Porto, 4-1 Destaques do Benfica: 'Angelito' Di María abriu as asas e carregou a honra de uma equipa
Jogo completíssimo do argentino! Fez o 2-1 que impulsionou a resposta demolidora da águia ao golo de Samu e o 4-1 num penálti marcado com classe; Carreras a um nível excecional, Tomás Araújo determinante a... atacar e Florentino a tapar todos os caminhos
Melhor em campo: Di María (8)
Foi todo um filme por conta do argentino. Primeiro sinal num remate fora da área, fácil para Diogo Costa (15’), só para aquecer. Isolou Pavlidis para o grego levar a bola ao poste. Mas foi depois do intervalo e do golo de Samu, que deixou a Luz apreensiva, que emergiu a classe, o caráter e a liderança do argentino. A frieza com que bateu Diogo Costa no 2-1, após passe açucarado de Aursnes, impulsionou o Benfica para um resto de clássico demolidor, com o FC Porto inoperante a atacar, e o argentino a pedir e a ter bola. A conversão do penálti, num momento definidor da goleada, foi sublime. E na baliza até estava um especialista, mas foi bem enganado por Angelito, que depois de abrir as asas, fechou-as num abraço coletivo ao estádio.
6 Trubin - Atento a fazer a mancha a Samu, num lance em que o espanhol estava fora de jogo. Pouco trabalho na 1.ª parte, foi iludido pela ideia de um corte fácil de Otamendi quando o espanhol do FC Porto estava nas costas do argentino e pronto para capitalizar o passe de Moura. Na prática, e num clássico habitualmente intenso, pouco trabalho teve. Depois do intervalo intercetou facilmente um pontapé de Fábio Vieira (59).
7 Bah – Galeno parecia uma espécie de âncora capaz de travar-lhe tentações atacantes, mas isso foi na 1.ª parte, porque depois o dinamarquês soube encontrar o equilíbrio perfeito entre a necessidade de proteger os seus domínios e dar mais de si em termos ofensivos. E tanto assim foi que assim que encontrou espaço para escapar da marcação serviu Pavlidis, forçando o autogolo de Nehuén Pérez.
8 Tomás Araújo – Um passe de trivela vindo de um central, é, já de si, uma raridade, mas quando esse apontamento de classe se traduz numa assistência para Carreras bater Diogo Costa, conclui-se que Araújo estava bem ciente do efeito surpresa que a abertura teria no adversário. Experimentou outras preciosidades técnicas, mas foi com uma simplicidade espartana que isolou Bah para este cruzar para o 3-1 dos encarnados- autogolo de Nehuén, mas com Pavlidis a ter intervenção decisiva.
4 Otamendi – Impecável até tropeçar num erro tremendo. Um misto de infelicidade e inépcia que resultou não só no golo fácil de Samu, como impossibilitou Trubin de ir ao lance, por estar a contar com uma intervenção assertiva do argentino. Neste carrossel de jogos bons e outros francamente maus, acabou por ser salvo pela reação do coletivo na 2.ª parte e também pelo penálti ganho aos 80’, após falta de Alan Varela. Mesmo assim, destoou.
8 Carreras – Que jogo do espanhol, o melhor jogador na 1.ª parte. Segundo jogo da Liga a marcar. Está, de facto, a atravessar um momento fulgurante e com confiança inabalável no seu talento. O golo é disso exemplo: tirou Martim Fernandes do caminho com o pé esquerdo, atirou forte com o pé direito, surpreendendo o opositor, que esperava que fosse por fora e não tão dentro ao ponto de se enquadrar com a baliza de Diogo Costa.
7 Aursnes – Uma atuação em crescendo, mas sempre com a preocupação de manter um diálogo constante com Florentino para que o meio-campo portista não criasse supremacia. Sinalizou a sua presença atacante com um primeiro remate de longe (48) e concretizou a sua entrada na história do clássico com o passe fantástico a isolar Di María no 2-1. Um pequeno pecado: quase comprometia num passe na sua área que Samu por pouco não intercetou.
8 Florentino – Se fosse preciso um só instantâneo da sua exibição, teríamos de escolher o corte aos 48’ na área encarnada, após incursão de Galeno. Mas, no todo, fez um 'jogão', não só a condicionar a profundidade de Samu, como a esvaziar a influência de Nico González na construção de jogo ofensivo, perseguindo a sua referência mesmo quando esta escapou para a esquerda. Por ele, ninguém passou, a fronteira estava fechada.
7 Kokçu – Dinâmico e empreendedor, nem sempre tomou as melhores decisões, mas ontem teve bola e fez fluir o futebol do Benfica, criando desconforto ao meio-campo portista. Num livre direto chamou Diogo Costa a bela defesa (20).
7 Pavlidis – Meio golo do grego. Há que reconhecer o mérito na forma como o ponta de lança se lançou à bola centrada por Bah, forçando Nehuén a fazer o mesmo e a marcar na própria baliza. A cinco minutos do intervalo, de pé esquerdo, acertou no poste da baliza portista – seria o 2-0 – e foi aquilo que também se pede a uma referência de área – uma pedra nas botas dos defesas contrários.
7 Akturkoglu – Desta feita não marcou, mas deixou à roda a cabeça de Nehuén Pérez e Martim Fernandes no ataque em zonas interiores e pela asa esquerda – aos 35’ furou muito bem os bloqueios para semear a divisão na defesa portista. Decisivo no 2-1 ao roubar a bola a Martim Fernandes, injetando o contra-ataque que acabou com Di María a celebrar o golo.
5 Beste – Não deixou que o ritmo baixasse na esquerda. Assim que entrou, lançou ameaça a Diogo Costa.
(-) Arthur Cabral – Pouco tempo em jogo, logo quase ou nenhuma influência.
(-) Renato Sanches – Seis minutos, mais o tempo extra. Nem deu para transpirar.
((-) Amdouni – Entrou para o aplauso da Luz a Di María.
(-) Rollheiser – O último convidado para a festa. O finalzinho da festa…