Através de comunicado oficial, Aurelio De Laurentiis, presidente do Nápoles, explica, esta terça-feira, o braço de ferro com a Federação (FIGC), que está a tentar contratar Luciano Spalletti para o comando técnico da squadra azzurra, deixando várias críticas ao organismo liderado por Gabriele Gravina. «Tudo isto é incoerente. Para o Nápoles, três milhões não é certamente muito, e para Aurelio De Laurentiis é ainda menos. Mas o que está em causa neste caso não é uma questão de 'vil dinheiro', é uma questão de princípio, que não diz respeito apenas ao Nápoles, mas a todo o sistema do futebol italiano, que deve abandonar a sua atitude amadora para enfrentar os desafios, olhando para o respeito das regras da empresa, das sociedades anónimas, do mercado», pode ler-se no documento, prosseguindo: «Enquanto se permitir que a 'regra' seja a 'derrogação', o sistema do futebol não evoluirá e continuarão a existir casos Spalletti, assim como continuarão a existir comentadores 'autorizados' que não sabem como uma empresa deve ser gerida de forma saudável.» A saída de Roberto Mancini merece também uma análise da parte do líder napolitano: «No que diz respeito à Federação, observando o caso em discussão, o que me parece mais surpreendente é o facto de surgir apenas algumas semanas antes de dois jogos muito importantes da seleção nacional, sofrendo a demissão do treinador Roberto Mancini. A este respeito, há duas considerações principais a fazer, não se sabe como manter relações com os colaboradores, induzindo-os a demitir-se; faltam instrumentos jurídicos adequados para os manter, determinando o respeito pelos contratos assinados também através da previsão de sanções específicas. Se a escolha recai justamente sobre Spalletti, um grande treinador com 25 anos de experiência a alto nível, que mostrou o melhor futebol da Europa na última época, oferecendo-lhe um salário de 3 milhões líquidos por três anos, não se pode deixar de assumir (pagar em nome do treinador) um milhão bruto por ano para o libertar da sua obrigação contratual (um compromisso não só com o Nápoles, mas com todos os seus milhões de adeptos).» Aurelio De Laurentiis acrescenta: «Sempre tive um grande respeito pela seleção nacional e, quando era jovem, para além do Nápoles, era a única equipa que me apaixonava. Luciano Spalletti, apesar de ter um último ano de contrato com o Nápoles, depois de ganhar o Scudetto expressou o seu desejo de fazer uma pausa no comando técnico porque estava 'muito cansado'. Por gratidão pelo seu trabalho, não hesitei, embora pudesse ter-lhe pedido que respeitasse o seu contrato. Por isso, dei-lhe a possibilidade de ter este longo descanso. Consequentemente, fui à procura de um treinador que pudesse substituir Spalletti, alguém com grande experiência e prestígio. Estou muito contente por ter encontrado Rudi Garcia, que irá certamente fazer um ótimo trabalho. Quanto a Spalletti, ouvindo a voz e o sentimento dos milhões de adeptos do Nápoles, que sentem uma ligação profunda com o treinador da equipa campeã de Itália, ao conceder-lhe a possibilidade de não cumprir o seu contrato, pedi garantias sobre o respeito deste período sabático, inserindo uma penalização no caso de o seu compromisso não ser cumprido.»