- O Arouca perdeu figuras de peso, nomeadamente Cristo e Mujica. Espera uma equipa mais frágil?- Obviamente que o Cristo e o Mujica tinham um grande impacto no lado ofensivo do Arouca. Eu disse no ano passado que eram das melhores equipas a jogar futebol, porque decidiam muito bem. O Cristo tem grande qualidade técnica e vai fazer muita falta ao Arouca. É pena os treinadores perderem jogadores assim quando já não podem fazer nada no mercado. O Mujica ataca muito bem a profundidade, mas o Henrique [Araújo] também tem isso. O Henrique tem um grande potencial e qualidade. Fez um golo em fora de jogo com uma finalização difícil. O Cristo é muito difícil de substituir e isso é uma vantagem para nós. Mas estará lá outro jogador. O Pedro Santos, que fez um grande campeonato. É uma equipa que gosta de ter bola, de pressionar, que fez um grande campeonato. Será um jogo muito difícil. - Fechou o mercado de transferências. Está satisfeito com o plantel que tem?- Claramente não nos podemos queixar. Baixámos a idade do plantel, preparámos o futuro e temos jogadores, se olharmos para as posições, temos um plantel mais completo, com potencial, preparado para o presente e o futuro. - Os internacionais estão a regressar. Em relação aos seus jogadores [Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves, Trincão e Quenda] esperava que tivessem mais utilização? - É uma escolha do selecionador. Há tanto por onde escolher que é difícil toda a gente jogar. Fiquei feliz por terem sido chamados. Agora, em relação à utilização isso depende dos jogos. Não esperava nada nesse aspeto. O que espero sempre é que venham sem lesões. E foi isso que a aconteceu. - Falhado o plano A [Ioannidis], foi contratado Conrad Harder, em que lugar estava na hierarquia de escolhas? E há um plano A caso Gyokeres saia em janeiro? - Ainda agora fechou este mercado [risos]. Fechou e o Gyokeres continua connosco. Em relação ao Conrad, toda a gente sabia que tínhamos um plano para um jogador já feito, digamos assim, que não conseguimos. Vocês até falaram em falhanço e é verdade. Falhamos muito aqui. Mas isso faz parte da vida. Não conseguindo esse jogador, tínhamos um plano e uma lista de jogadores de potencial. Não tendo o jogador feito, fomos para um jogador de potencial. Não queremos um segundo Gyokeres. Seria um erro pensar isso. Queríamos um jogador com características parecidas. Se acontecer [bateu na mesa em sinal de afastamento de pensamentos negativos] alguma coisa ao Gyokeres, a equipa não tenha que mudar as características, porque isso iria confundir a equipa. Falhando o Fotis, olhámos para a lista e que nos permitia manter a mesma forma de jogar. Havia um clube da Premier League que pagava mais do que nós e que deixava lá o jogador. Isso só para vocês verem o mundo de diferença que é. Portanto, foi isso que aconteceu. - Quando é que os adeptos vão poder ver Harder em ação? - Depende do jogo, ele terá tempo para se mostrar aos sportinguistas. Ainda há internacionais a chegar, mas em princípio está convocado. Ainda não há convocatória, o treino realiza-se à tarde. - Quais são os objetivos para esta época? - Acho que desde o ano passado disse que queremos ser campeões. É o objetivo. No primeiro ano corríamos por fora, a partir daí lembro-me de dizermos que éramos candidatos ao titulo. Queremos muito ser bicampeões, era um passo muito importante. Queremos voltar a ir à Liga dos Campeões para mantermos os nossos jogadores. - Face à lesão de Kovacevic é Franco Israel a assumir a baliza? Há uma hierarquia ou ambos discutem a titularidade?- É juntar a dinâmica que temos na equipa, sabendo que não é a mesma coisa sendo a posição de guarda-redes. Têm de aproveitar o espaço que têm. O Kovacevic teve este azar e o irá entrar o Franco. Já deu provas de que está preparado e assumirá ele a balizar. Depois, lutarão os dois pelo lugar. - O rival Benfica mudou de treinador, que comentário faz? - Estou focado apenas no Sporting. A nossa preocupação é recuperar o que fez Bruno Lage e quando jogarmos contra o Benfica teremos vários jogos para estudar o novo Benfica. Agora estamos focados no Arouca. - Sobre a renovação de Quenda, por mais três anos, deixa-o contente? - Têm de esperar para ver. Vamos ver... - Como viu as críticas a Debast na seleção da Bélgica, sobre o arranque de época menos positivo? - Eu vi que passaram muitas críticas, mas também vi a resposta do selecionador. E ligo mais às opiniões do selecionador do que de ex-jogadores. É um talento. Tem de melhorar em certas situações, mas sinto o que senti quando assinou. É um grande jogador e vai dar muito ao Sporting e ser um grande jogador na seleção nacional - Tendo em conta que os internacionais estão ainda a chegar, depois há um jogo com o Lille, para a Liga dos Campeões, vai fazer algumas alterações no onze? - O jogo com o Lille não interessa nada, temos muito tempo para recuperar. Poderá haver alguma alteração, mas isso eu tenho de sentir no treino. Alguns ainda se sentem cansados ao terceiro dia. Vamos fazer essa avaliação de acordo com a fadiga para este jogo, nunca a pensar no Lille. - O presidente Frederico Varandas elogiou-o pela valorização dos jogadores numa intervenção no 'Thinking Football Summit'. Se aparecer oportunidade de renovar, assinaria?- Este ano não vou entrar nessa [risos]. Tenho contrato com o Sporting e sou muito feliz por estar aqui. É um trabalho de toda a gente. É injusto falar só do treinador, do diretor ou do presidente. Há um conjunto de pessoas que ajuda os jogadores a evoluir. - O presidente também falou sobre a cláusula de Gyokeres e que há jogadores mais fracos que são vendidos acima dos €100 milhões. São farpas para os rivais, nomeadamente em relação a João Félix?- Há muitos jogadores no Mundo que saem por €100 milhões. O presidente não falou dos jogadores que saem de Portugal. Há muitos jogadores do mundo que foram vendidos por mais de 100 milhões. Eu acho que o Viktor vale 100 milhões, tal como acha o presidente. - Gyokeres pronunciou-se pela primeira vez sobre o valor da cláusula e disse ser muito elevada. Entende isso como algum sinal de insatisfação? - Há muitos jogadores que querem dar o salto, mas isso não quer dizer que não gostem do Sporting ou não adorem estar cá. Se tivéssemos outro campeonato, garanto-vos que o Ugarte estava cá, ele passa cá a vida. O Nuno Mendes passa cá a vida. O Matheus Nunes, quando tem uma folga, vem para aqui. Cláusula demasiado alta? A primeira vez que falei como treinador do Sporting, disse que nunca acreditei que pagassem a minha cláusula. O Viktor é um grande jogador e acho que vale €100 milhões. O Sporting acredita que ele vale €100 milhões. É esse o preço que tem. Quem quiser, terá de pagar. - Como explica ter contratado um jogador de 19 anos, Conrad Harder, e ter sido emprestado outro da mesma idade e posição, nomeadamente Rodrigo Ribeiro? - São jogadores completamente diferentes. O Rodrigo tem potencial e tem de ir jogar, como o Essugo fez e voltou diferente. O próprio Callai, no Feirense, mesmo não correndo assim tão bem, vem um jogador diferente. Acreditamos que o Rodrigo precisa disso. Havia clubes em cima do Corand e tivemos de nos antecipar e trazê-lo para cá. Isso não quer dizer nada sobre o futuro. Há dois anos fiquei com o Fatawu e mandámos o Geny [Catamo] emprestado. Passados dois anos o Fatawu não correspondeu para nós, mas correspondeu num patamar elevado e hoje está na Premier League, e o Geny tornou-se no jogador que é. Vamos gerindo os nossos ativos desta maneira. - Qual o ponto de situação de St. Juste e que planos rem para ele? Quem são os lesionados? - Os lesionados são: St. Juste, Vladan [Kovacevic], [Rafael] Nel e [Diogo] Pinto. Em relação ao St. Juste, pode ser a mesma posição, mas podemos saber gerir melhor os tempos que vai à frente ou fica mais com bola. É algo que teremos de pensar. Tentar gerir a situação dele. Vamos ver se corre melhor. - Se Franco Israel, por algum motivo, não puder jogar avança Diego Callai? É o terceiro na hierarquia dos guarda-redes?- Temos o Francisco [Silva], mas o Callai cresceu muito. Se o Franco perder o avião, será o Callai a jogar. Acreditamos muito nele. - O Sporting apresentou contas positivas pelo terceiro ano consecutivo, aliado a bons resultados desportivos. A simbiose está a ser perfeita? - Essa parte não tem nada a ver comigo. O que sinto é que temos evoluído na capacidade de ficar com os jogadores. Ficando com os jogadores, sente-se que a equipa joga melhor. Se jogamos melhor, temos melhores resultados. Indo à Liga dos Campeões, muda o cenário do clube. A valorização dos jogadores vem muito dos jogos europeus. Se vendermos um, não temos de vender dois. É uma bola de neve. - Ioannidis está a dar nas vistas. Teme que tenha ficado perdido para sempre?- Não é nosso jogador, estou preocupado em não perder os nossos e focado nos nossos avançados.
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