O treinador do Benfica falou sobre o momento do Benfica e sobre o polémico áudio colocado a circular na manhã deste domingo, em que ele surge em conversa com adeptos. O treinador começou por explicar o sentido desta conferência: «Deve-se a uma conversa que pensava privada com um conjunto de adeptos à chegada depois do jogo com o Casa Pia. Foi ter com os adeptos da mesma forma como quando ganhamos troféus e mostramos o troféu aos adeptos, nos momentos mais positivos e negativos,. Demos um passo em falso e compreendo os adeptos, como à entrada do autocarro fui ter com eles e disse que entendia a desilusão, fui ter com eles à chegada à garagem Depois, numa longa converva de 30 minutos, que pensava privada, veio a púlico e estamos aqu para esclarecer tudo sobre essa conversa. Temos um jogo muito imporante a tratar e quero que tudo fique claro e se esclareça para todos começarmos a pensar no jogo com a juventus.» - Falou com Rui Costa? Ele estar aqui na sala de conferência é um sinal de confiança?- Falámos e a intenção foi vir aqui esclarecer o significado do áudio e a confiança é mútua, de um lado e do outro. - No áudio parece culpar todos, menos assumir a responsabilidade...- Não, que fique muito claro: a responsabilidade deste resultado, dos resultados e do insucesso, é do treinador, que sou eu. Mas a minha exigência para com os jogadores tem de ser máxima. Há uma frase de um áudio de minuto e meio de uma longa conversa de 30 minutos... Aquilo que disse de não saltarem [os jogadores] vem no contexto do que tinha acabado de dizer em conferência de imprensa [depois do jogo com o Casa Pia]: uma equipa que chega em primeiro lugar não pode sofrer os golos que temos vindo a sofrer. Desde o momento em que chegámos ao primeiro lugar até ao dia de hoje, não podemos sofrer aqueles golos. Alguns de penálti e alguns de bola parada, em que não saltámos. Nunca referi que os jogadores não lutam, ou não sofrem, ou não saltam. Foi não saltarmos na situação de bola parada. Mais: antes disto ter sido tornado público, quer na conferência de imprensa, quer depois na conversa com os adeptos, isto é tudo apontado aos jogadores. É sempre uma análise crítica que fazemos, individual e coletiva dos erros que vamos cometendo. Cabe-me a mim criar todas as condições para continuar a fazer evoluir a equipa naquilo que sinto que não está bem. Tenho dito várias vezes, algumas coisas já conseguimos fazer bem, controlar bem, outras que não fazemos bem e temos de continuar a evoluir, continuar a trabalhar; e esse é um momento que foi bastante visível nos últimos jogos. A questão dos 20 milhões e dos cinco milhões [de que fala o treinador no áudio das redes sociais] vem num contexto em que os adeptos, pela emoção, dizem: ‘tiramos estes jogadores do plantel e metemos miúdos’... Fiz uma tentativa de explicar que as coisas de mercado não funcionam assim, os clubes não funcionam assim. Não se pode tirar um jogador dos de 20 milhões do plantel e depois no valor de mercado vale cinco milhões. E depois como é que um clube quer eventualmente vender ou transferir um jogador tem condições para receber o valor investido em determinado jogador para contratar outro? Enquanto treinador, português, e que conhece a casa como ninguém, sinto que, alinhado com as três pessoas que estão aqui à minha frente [Rui Costa, presidente do Benfica, Lourenço Pereira Coelho, diretor geral para o futebol, e Rui Pedro Braz, diretor desportivo, assistiram na sala à conferência], temos todas as condições de fazer os ajustes que achamos necessários para sermos ainda mais competentes. Continuo a acreditar muito no plantel, o plantel tem uma enorme qualidade. Mas, como em todos os planteis, sentimos que temos capacidade e competência para o fazer evoluir e crescer. E temos ainda um espaço de sensivelmente 15 dias para trabalhar nesse sentido e fazer evoluir este plantel.
