O português Pepa foi anunciado como treinador do Cruzeiro, clube de Belo Horizonte, em março e revelou que a adaptação ao futebol brasileiro tem sido fácil. «A língua facilita muito e, depois, as pessoas, simpáticas e acolhedoras», disse numa entrevista à Globo. O ex-treinador do Paços de Ferreira, cujo último trabalho foi no Al-Tai, da Arábia Saudita, não escondeu o «orgulho tremendo», sentido com o clube brasileiro. «Foi um processo demorado, muito seletivo, onde discutimos pormenores muito detalhados. Cada vez que tinha uma entrevista, mais entusiasmado ia», acrescentou o treinador, de 52 anos, confessando que sempre manteve uma ligação forte com o Brasil, acompanhando a seleção durante vários anos, uma vez que «Portugal esteve muito tempo sem ir às grandes competições». «Eu só tinha uma forma, era Brasil sempre. Ainda para mais tendo o Ronaldo. Eu também era avançado, também era camisola 9», declarou. Pepa falou sobre o momento em que conheceu um dos seus ídolos e principal acionista do clube que dirige (ver notícia associada). «Conhecer o Ronaldo? Normal, aquela ansiedade. Estivemos ali uma hora, se fossem cinco ou seis passava fácil», assumiu o treinador. O Cruzeiro qualificou-se para os oitavos de final da Taça do Brasil, após uma vitória sobre o Náutico por 2-0 e no final do jogo os adeptos gritaram por Pepa, que se revelou muito surpreendido. «É uma mistura de emoções. Eu nem estava a perceber, depois é que me chamaram a atenção. Não estava à espera, longe de mim, porque os protagonistas são os jogadores», disse. Pepa mostrou-se também esperançoso em relação à Taça do Brasil, sem esquecer o duro caminho que a equipa brasileira tem pela frente. «A probabilidade vai ser muito baixa? Não faz mal, enquanto houver uma possibilidade, vamos agarrar-nos a ela como se fosse a última», concluiu, confiante.
