Se Nélson Rodrigues, o Pelé da crónica em português, descobriu (poético e filosófico) que «no futebol o pior cego é o que só vê a bola» , Álvaro Magalhães fez, a partir de quatro perguntas de A BOLA, o rescaldo do Benfica-FC Porto mostrando que há sempre mais do que a bola a rolar pela relva (em maior ou menor esplendor). «Não seria capaz de dizer, de forma tão taxativa, que o FC Porto só ganhou ao Benfica porque Sérgio Conceição ganhou a Roger Schmidt. Sérgio Conceição fez muito bem o seu trabalho: preparar a equipa em todos os aspetos, em termos táticos e psicológicos, para que ela fosse o que foi no Inferno da Luz. Eu sei que os seus jogadores já estão habituados a isso, mas também sei que, a cada desafio que lá tenha de fazer-se, é preciso preparar os jogadores para isso - e o Sérgio Conceição fê-lo muito bem, quer do ponto de vista emocional, quer do modo como levou os seus jogadores a levarem mais além a sua boa ideia de jogo, a sua melhor ideia de jogo para um jogo assim, sabendo do campeonato que o Benfica estava a fazer, que o Benfica tem feito. E sabendo ainda que era jogo importante também para o Benfica arrumar com o campeonato. Portanto, o que eu digo é que o Sérgio Conceição não ganhou ao Roger Schmidt, o Sérgio Conceição ganhou ao Benfica! Ou talvez melhor dizendo: Sérgio Conceição ganhou ao Benfica porque, além do mais, em termos técnico-táticos soube ser mais rigoroso, mais arguto, mais esperto. Esperto sobretudo no modo como estudou tão bem a equipa e o jogo do Benfica e, com isso, ganhou duelo a Roger Schmidt, sem qualquer dúvida.» Leia mais na edição impressa ou subscreva a edição digital de A BOLA
