Álvaro Carreras celebra este domingo 22 anos, muito provavelmente no melhor momento da sua vida desportiva. Para começar, está de folga e pode festejar junto da família, pois Bruno Lage, treinador do Benfica, concedeu o fim de semana ao plantel, antes de iniciar a semana de preparação do jogo com o Gil Vicente. Essa partida, marcada para sexta-feira, mas em atraso da 24.ª jornada da Liga, poderá representar igualmente boa notícia para o lateral-esquerdo espanhol, dado que desejará celebrar mais uma titularidade, que permitiria igualar o máximo de carreira no que a jogos diz respeito: 42. Foi precisamente esse o número de encontros que cumpriu em 2022/23, quando vestia a camisola do Preston, do Championship, segundo escalão de Inglaterra, por empréstimo do Manchester United. Não obstante, o recorde de utilização já pertence a 2024/25: 3574 minutos em campo, nunca jogou tanto tempo numa época. Carreras chega, pois, aos 22 anos e pode dizer-se que é o Benfica quem recebe a prenda. O clube da Luz ajudou a mudar radicalmente, e para melhor, a carreira do esquerdino, mas aquilo que o talentoso espanhol tem feito no lado esquerdo da defesa, e não só, não pode ser desprezado, de significativo que é. O papel de Bruno Lage Foi de águia ao peito que conquistou o primeiro título de futebolista profissional da carreira, a Taça da Liga, e foi também o Benfica que lhe permitiu relançar a carreira, quando estava num impasse, claramente desvalorizado pelo Manchester United, depois de ter sido uma estrela em Espanha durante a formação, saltando do Deportivo para o Real Madrid. Carreras era apenas um adolescente (16/17 anos) quando se mudou para o Manchester United, passou por empréstimos a Preston e Granada, mas nem mesmo neste último, que significava o regresso a casa e jogar a La Liga, foi muito feliz, realizando 14 partidas, sem golos ou assistências, nos primeiros seis meses de 2023/24. Na maior parte delas foi suplente utilizado. Viajou, pois, para a Luz em janeiro de 2024, por empréstimo, mas com o compromisso assumido por parte do Benfica de que seria exercido o direito de opção de compra no valor de €6 milhões. E só mesmo esse acordo de cavalheiros justificará a assinatura de contrato no verão, até 2029, dado que os seis meses da época passada a trabalhar com Roger Schmidt não foram os ideais. 16 jogos, um golo, mais vezes suplente utilizado do que titular. O compromisso, todavia, prevaleceu, e ficou mesmo na Luz, o que não impediu que entrasse em 2024/25 na sombra de Jan-Niklas Beste, compatriota de Roger Schmidt, que chegava com a missão de resolver os problemas à esquerda. O canhoto alemão, porém, lesionou-se e avançou Carreras. Não avançou, todavia sozinho. Roger Schmidt foi despedido ao quarto jogo, após empate em Moreira de Cónegos (1-1), e avançou também Bruno Lage, para o comando técnico das águias. E Álvaro Carreras começou aí a construir a imagem de substituto à altura de Grimaldo, embora o treinador português não veja semelhanças entre os dois. Quando A BOLA estabeleceu a associação o motivo foi simples: espanhol, bom lateral-esquerdo, problema resolvido para o Benfica. E foi a confiança transmitida por Bruno Lage que fez crescer Carreras, ao ponto de o jogador ter jogado UEFA Champions League a grande altura, com 10 jogos e 900 minutos em campo, com duelos memoráveis com Lamine Yamal, adolescente galático do Barcelona. O lateral é hoje associado a Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid, os media do país também o associam à principal seleção espanhola, depois de ter sacrificado a presença nos sub-21 e no Europeu da categoria que aí vem para ir com o Benfica ao Mundial de Clubes. O Benfica entregou a Carreras o galardão Cosme Damião na categoria de Revelação do futebol masculino de 2024, o espanhol é um dos preferidos dos adeptos, mas adora também estar na Luz, mesmo podendo dar-se agora ao luxo de escolher destino: até mesmo voltar ao Manchester United pela porta grande, dado que os red devils asseguraram direito de recompra por €20 milhões.
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