Depois de ter derrotado o Benfica para a Liga, em pleno Estádio da Luz (2-1), as coisas não correram bem ao SC Braga na Taça da Liga (0-3) e foram eliminados nas meias-finais, precisamente contra o mesmo adversário. Carlos Carvalhal lamentou a falta de agressividade dos seus jogadores, principalmente no primeiro tempo. «É uma grande questão, porque é o mesmo adversário, a mesma equipa, os mesmos jogadores. Explica-se com factos... Duas faltas ao fim de 45 minutos, numa meia-final de uma Taça da Liga, e se calhar, na segunda parte, terão sido três ou quatro. Não é possível! Esse era um sintoma de falta de agressividade da nossa equipa, dividíamos sempre mal as bolas. Ao contrário do último jogo, em que as primeiras e as segundas bolas ganhávamos quase todas, hoje foi ao contrário... se calhar ganhámos uma ou duas, se é que ganhávamos. Essa falta de agressividade, aliada ao facto de o Benfica estar ferrado, tal como nós estávamos no jogo passado, imprimiu velocidade, e no fundo chegou ao 1-0, ao 2-0 logo a seguir. Um duro golpe, numa equipa, a nossa, que não estava a fazer muito. Ainda conseguimos chegar à frente, estávamos a tentar explorar as situações de transição, mas a falta de agressividade ia levar-nos a perder este jogo, porque temos de ser mais agressivos dentro do bloco e não podemos fazer um jogo numa meia-final de uma Taça da Liga e fazer apenas duas faltas. Não pode ser», começou por dizer, em entrevista rápida à Sport TV, dando os parabéns ao adversário e lamentando o golo de Carreras. «Sabíamos que íamos ter uma tarefa muito difícil hoje, mas o segundo golo… temos de falar, temos de corrigir coisas. Não é aceitável, não podemos sofrer aquele segundo golo da forma que sofremos, mas, sinceramente, não vou estar a carregar em cima da equipa, porque também já o fiz várias vezes. Tenho de levantar os jogadores, tentar entendê-los, tentar compreender. Eles fizeram um jogo espetacular no sábado e hoje não fomos intensos, agressivos, poucas aproximações ao adversário, poucas bolas divididas, e depois com a capacidade do Benfica a chegar à zona final, se não os travarmos numa zona mais à frente, depois torna-se difícil, portanto a vitória é inteiramente justa do Benfica», explicou, afirmando que tem sido complicado desde que regressou ao clube minhoto. «Eu, desde o primeiro dia, disse que o meu trabalho não ia ser fácil, tinha consciência de que ia ser difícil, se calhar não esperava que fosse tão difícil. A realidade é que chegámos a janeiro num ano em que não tem sido fácil, a nível da tal estabilização, chegámos às decisões todas. Temos o mérito de chegar a esta meia-final, obviamente que queríamos mais, somos os detentores do troféu, queríamos revalidar o troféu, mas vamos ter mais decisões este mês. Um trabalho difícil é reparar coisas, colmatá-las, para no próximo jogo contra o Lusitano de Évora para a Taça de Portugal apresentarmo-nos bem para podermos passar a eliminatória e depois preparar o jogo do Estrela da Amadora da melhor forma e tentar que a equipa possa progredir. É aquilo que eu posso fazer, é aquilo que temos feito, temos sido resilientes, levámos um tropeção muitas vezes inexplicável e depois na semana seguinte estamos a dar uma resposta muito boa. É isso que temos de fazer, revitalização da equipa, o mais difícil está a ser estabilizá-la, mas se calhar se o trabalho não fosse difícil não era para mim», atirou, comentando a expulsão do jovem Noro. «Ele já tinha feito a sua estreia na Taça de Portugal, ele é um valor do nosso clube. Aquilo que eu lhe disse há pouco, ele estava a chorar no balneário… disse-lhe ‘eu não te quero ver a chorar, eu quero-te ver a chorar por termos perdido, não te quero ver a chorar por teres sido expulso’. Ele disse-me que teve esta oportunidade, mas obviamente que não lhe faltarão oportunidades, de certeza, porque ele tem um futuro brilhante pela frente, foi isso que lhe disse. Vai cumprir estes jogos de castigo e vai fazer o seu percurso, como tem feito até aqui», finalizou.