A receção do Gil Vicente ao FC Porto, este domingo (20h30), trouxe à memória de Carlitos uma das vitórias mais marcantes da história do clube. A 14 de maio de 2000, no Estádio Adelino Ribeiro Novo, o então camisola 28 dos gilistas marcou o golo decisivo no triunfo por 2-1 sobre os dragões, um momento que continua vivo na memória dos adeptos. Em entrevista à Gil Vicente TV, o antigo jogador, agora com 47 anos, revelou as dificuldades que antecederam essa partida, destacando um incidente com o filho: «Foi uma semana complicada. O meu filho, que tinha dois anos, caiu do segundo andar de casa, abriu a cabeça e foi internado de urgência. Pensei em não jogar e falei com o míster Álvaro Magalhães, que foi compreensivo e me deu tempo para decidir.» Com a recuperação do filho e o apoio da equipa técnica, Carlitos entrou em campo e protagonizou um dos momentos mais memoráveis da sua carreira: «Foi um lance que treinávamos bastante. Tive muito espaço e pensei cruzar, mas percebi que podia arriscar. Estava com confiança e, felizmente, o golo aconteceu.» A vitória não foi apenas um marco na temporada do Gil Vicente, mas também na carreira do jogador. Carlitos confessou que aquele momento representou um ponto de viragem: «Sentia que estava a perder tempo na minha carreira. Tinha passado por grandes expectativas no Real Madrid, mas as coisas não correram bem. O Álvaro Magalhães teve paciência comigo e, aos poucos, recuperei a confiança. Foi um final feliz numa época cheia de emoções.» Além de recordar este feito, Carlitos destacou o apoio dos colegas e o impacto coletivo: «Se não marcasse, sabia que os meus colegas e o treinador iam cobrar. Mas a equipa esteve fantástica, e juntos conseguimos um grande resultado.» Agora, com o Gil Vicente prestes a reencontrar o FC Porto, o ex-jogador deixou uma mensagem de esperança: «São momentos como este que mostram que, mesmo nas adversidades, é possível superar e fazer história.» Nas últimas eleições para a presidência do Gil Vicente, Carlitos integrou a lista concorrente, liderada pelo ex-jogador Hugo Vieira, à de Avelino Dias da Silva, que acabaria por vencer e meses mais tarde ser substituído pelo sobrinho Rui Silva, o atual presidente dos galos.
