«Capitão da seleção de França? Eu…»
Ibrahima Konaté (IMAGO)

«Capitão da seleção de França? Eu…»

Ibrahima Konaté falou sobre as qualidades de um líder e avançou quatro nomes para substituir Mbappé

A seleção de França encontra-se numa situação curiosa: está sem capitão para os jogos frente a Israel (na Hungria) e Bélgica (em Bruxelas), dado que Kylian Mbappé não foi convocado e Antoine Griezmann se retirou dias antes da convocatória. O RMC Sport refere que o guarda-redes Mike Maignan será o escolhido pelo selecionador Didier Deschamps.

Convidado a apontar alguns nomes na sucessão para esta dupla jornada da Liga das Nações, Ibrahima Konaté disse que a liderança é algo natural e deixou quatro nomes, entre eles o seu.

«Acho que ser líder é algo de inato», disse o defesa do Liverpool, « pode-se aprender, mas em geral é algo que se tem ou não se tem. É preciso ser alguém de quem todos gostem, seja no campo ou fora. O líder deve estar presente, especialmente quando as coisas não estão a correr bem. É como os alicerces de uma casa, quando há um pouco de turbulência, estão lá para manter a casa e o grupo para que tudo corra bem, no caminho certo», disse.

E se segunda-feira causou sensação ao chegar a Clairefontaine com o rosto escondido sob um capuz amarelo com fecho, mas esta terça-feira se evidenciou ao apontar nomes o perfil que anunciara.

«Há alguns jogadores que têm o perfil, lembro de dois ou três nomes. Talvez o Mike (Maignan), eu, o Jules (Koundé) ou o Aurél (Tchouaméni). Esses são os nomes que me vêm à cabeça, com sinceridade», comentou.

Sem minutos no Euro 2024, o defesa disse que aprendeu muito: «“O facto de não ter jogado no Euro fez-me questionar-me a mim próprio. Aprendi muito com o Euro que não joguei. Vou ficar com os aspectos positivos, mudei muitas coisas nas relações entre jogadores e entre jogadores e treinador. Se tivesse jogado no Euro, talvez tivesse algo a dizer sobre a capitania. Mas isso não muda nada, porque percebi qual era o meu papel durante o Euro. É para isso que serve um líder, e foi por isso que falei com o treinador e lhe disse que podia contar comigo. A lealdade e a confiança são questões muito complicadas no futebol. Vou-me ficar por aqui, cada um interpreta como quiser. Foi isso que aprendi.»

Konaté falou ainda da surpresa pela 'reforma' de Griezmann: «A relação que tinha com Kylian... ele chamava-lhe capitão à nossa frente. É um verdadeiro líder e, com tudo o que fez pela França, merecia uma despedida extraordinária. Toda a gente teria preferido saber isso no último encontro, para se poderem despedir em condições. Fiquei surpreendido e pensei que não podia acabar assim.»

«É uma nova era, sobretudo com o anúncio da saída de Griezmann. Faz parte do futebol e já o vivi com Klopp. Cabe-nos a nós adaptarmo-nos a isso e fazer melhor. Não podemos esquecer os que saíram antes, Giroud, Varane, Lloris, Mandanda... Cabe-nos a nós sermos novos líderes e aproveitar o momento», concluiu.